quinta-feira, 11 de junho de 2009

SE A ABSTENÇÃO TIVESSE ROSTO ...

Resultados merecidos?

Reflectindo um pouco sobre os resultados das eleições europeias do passado Domingo, creio que há 2 0u 3 aspectos que não nos podem deixar indiferentes.
O mais evidente passa pelo completo alheamento da população porquguesa sobre um acto eleitoral que devia merecer maior atenção por parte d etodos nós.
Contudo também é verdade que os partidos e respectivos candidatos, na maior parte das vezes, usam a campanha eleitoral para o mesmo de sempre: dizer mal dos outros e nada de si próprios.
É pouco demais para atraír, na sociedade actual em que votar é um direito adquirido, pessoas que por si já estejam algo afastadas da lide politica.
Um outro aspecto prende-se com a votação nos dois maiores partidos, crendo poder dizer-se a esse respeito que foram resultados merecidos.

Isto, tendo em atenção que o PS optou por uma campanha de ataque, de confronto, usando o seu cabeça de lista, por vezes, linguagem desapropriada, sem nível, fazendo insinuações, ou mesmo acusações sobre casos concretos a ser investigados pela justiça, confundindo completamente o objectivo de uma campanha eleitoral.

Sobre propostas concretas a levar ao parlamento europeu ou à comissão europeia em favor do nosso país e dos portugueses, essas não tiveram oportunidade de ver a luz do dia pela voz do seu cabeça de lista ou de qualquer outro elemento da lista ou até do Secretário Geral do Partido.

Creio que o povo português já sabe o que quer e que não se deixa manietar tão simplesmente e apenas pelo uso de expressões de desafio por quem quer fazer ver que só do lado do adversário há telhados de vidro, confundindo o todo com a parte e mais parecendo querer com isso fazer esquecer outros assuntos de primeira página.

Por outro lado, o PSD, que contou desde o inicio com a contra informação de alguns órgãos de comunicação social, cujos comentadores jornalísticos se esmeraram por divulgar os aspectos que consideravam negativos da campanha do PSD e de Paulo Rangel, fazendo saber nas suas crónicas que este andava sozinho, que as salas eram sempre grandes para os companheiros que apareciam, que o candidato do PSD quando falava tinha que recorrer à imaginação quando dizia que estava perante boas assembleias de militantes e simpatizantes (é claro que esses cronistas não assistiram, por exemplo, à reunião de campanha de Viseu, à qual eu assisti), optou por uma campanha diferente, uma campanha de proximidade, uma campanha de esclarecimento e de apresentação de projectos concretos.

Por isso, creio que o PSD mereceu ganhar estas eleições.

Por último, talvez surpreendente, ou talvez não, o resultado do Bloco de Esquerda, ultrapassando mesmo a votação da CDU.

Creio no entanto que este crescimento do BE não será muito sustentável, designadamente em eleições legislativas, não fazendo muito sentido que, de repente muitos portugueses se identificassem com as politicas propostas pelo BE apesar de não serem nem PS nem da CDU.

Terá sido um voto de protesto que também, a meu ver, não justifica a atitude expressa quase num tom ameaçador por parte do seu líder contra os lideres dos partidos tradicionalmente do poder ao discursar na noite de eleições.
É certo que era um momento de alegria para si e para todos os seus simpatizantes e militantes, mas em eleições nem sempre se ganha, e quando se ganha não é momento para afrontar seja quem for, mas para realizar em proveito de toda a comunidade os melhores projectos que alegadamente se disse defender e pelos quais os eleitores optaram.

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