segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

REUNIÃO DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL

Alguns aspectos mais relevantes

Hoje, dia 28 de Dezembro de 2009, reuniu a Assembleia Municipal de Castro Daire tendo por ordem de trabalhos uma extensa lista de assuntos, desde a aprovação de eventuais alterações ao seu próprio regimento; à aprovação do Orçamento e Opções do Plano para os próximos quatro anos, além da eleição ou designação de membros da Assembleia para integração de diversos organismos colectivos nos termos da lei.

Após um inicio dos trabalhos totalmente atabalhoado sobre que actas aprovar e com acusação de falta de uma acta da Assembleia de reunião antes das eleições, a qual, afinal, estava no respectivo livro e no lugar certo, seguiram-se algumas intervenções por parte de membros da Assembleia eleitos nas listas do PSD mostrando o seu profundo desagrado, quer quanto ao teor do discurso da tomada de posse do actual Presidente da Câmara, na parte em que lançou várias suspeições infundamentadas sobre diversas pessoas, quer quanto à forma como o actual presidente da Assembleia Municipal conduziu os trabalhos na reunião da instalação da mesma com o desrespeito total das regras previstas no respectivo regimento em vigor.

Entrados na ordem do dia, foi aprovado por expressa maioria a manutenção em vigor do actual regimento da Assembleia, apenas tendo havido uma abstenção.

O Orçamento para 2010 foi igualmente aprovado por unanimidade e as Opções do Plano plurianual, vulgo plano de actividades, foi aprovado por maioria com a abstenção de grande parte dos membros da Assembleia eleitos pelo PSD presentes.

Das referidas opções do plano de actividades sobressaiu a explicação do Sr Presidente da Câmara fazendo notar o seguinte: Que em cerca de 80 a 85% o mesmo traduz a continuação da execução de obras que vêm do anterior mandato, que prevê novas necessidades dos novos Presidentes de Junta agora eleitos, que visa cumprir o Programa Eleitoral do PS e que abandona a construção do Pavilhão Multiusos, que passará a integrar eventualmente o novo Centro Educativo a construir, e que abandonou já a parceria publico/privada que estava em concurso para as obras das Termas do Carvalhal.

Assim, prevê obras nas Termas do Carvalhal para os anos de 2012 e 2013, o mesmo acontecendo, aliás, com a requalificação do Jardim Municipal.

De notar também nestes documentos é a previsão da possibilidade de venda de terrenos, quer em Castro Daire, quer em Mões, para realização de receitas previstas no orçamento.

Foi ainda aprovado a manutenção em vigor do actual Regulamento do Conselho Municipal de Segurança.

Depois de eleitos e designados por unanimidade dos presentes os diversos membros da Assembleia para os vários organismos municipais e intermunicipais, foi ainda apresentada à Assembleia, além da tradicional comunicação do Presidente da Câmara sobre os trabalhos executados, uma comunicação do Sr Vereador Eurico Moita informando que além de exercer as funções de vereador a tempo inteiro, exerce igualmente funções privadas num gabinete de contabilidade e de comissionista de uma instituição financeira.

Na resposta a diversas perguntas colocadas ao Sr Presidente da Câmara, este informou ainda a Assembleia que a ex Vereadora Elisabete Almeida apenas não assumiu funções como tal, apesar de ter tomado posse, por não ter mostrado disponibilidade para o exercício do cargo durante sete dias por semana, isto é, incluindo os fins de semana, conforme lhe fora solicitado a ela e aos demais vereadores que estão a tempo inteiro.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

NATAL

Independentemente do significado que queiramos atribuir a estes dias que constituem a chamada Quadra Natalícia do ano, continua a mesma a ser uma época especial para a sociedade portuguesa, assim como para a maioria das comunidades a nível mundial.

Um período de encontro de famílias, um período de reflexão sobre a vida de cada um e de todos em comum, ou simplesmente mais um período de consumo de bens muitas vezes não necessários ou até mesmo sem qualquer utilidade para o dia a dia.

Uma tradição a manter, uma regra a respeitar, ou muitas vezes algo incompreendido, que a sociedade civil preserva em virtude da cultura organizacional e religiosa que esteve na sua origem.

Contudo, as exigências da vida actual ritmada por critérios que não são os de há séculos atrás, empurram para o lado menos visível do dia a dia as razões da tradição em troca da procura de novos espaços, novos interesses, novos caminhos que permitam concretizar os objectivos de cada um.

Numa cultura cada vez mais aberta às influências externas e onde os valores sociais são muitas vezes ditados pelos ecos do poder do voto num Parlamento onde a consciência de cada um é, sempre que necessário, abafada pela disciplina de voto do grupo parlamentar num qualquer projecto ou proposta de lei, os valores tradicionais esfumam-se num instante.

Já nem será preciso, entretanto, levantar o braço, erguer-se, dar sinal de si e da sua vontade. Qualquer botão verde ou vermelho, à esquerda ou à direita, ali colocado, em frente, ao alcance de qualquer dedo, poderá ser suficiente e necessário para alterar e ditar em letra de lei que o que antes era mau passou a ser bom.

E, assim prosseguindo, em poucos instantes, havemos de ser confrontados com as novas realidades e novas verdades que, afinal, todos os séculos vividos até hoje negaram à nossa civilização!

Até onde é que o ímpeto da arrecadação do voto levará as actuais sociedades?

Feliz Natal e Bom ano de 2010, são os nossos votos.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

MEDICINA EM AVEIRO

Acaba de ser anunciado que Portugal vai ter mais um curso de medicina na Universidade de Aveiro destinado a pessoas já licenciadas na área da saúde.

Notícia que à primeira vista até parecia querer demonstrar que o Governo ia resolver definitivamente a escassez de médicos em Portugal, quer em termos de médicos de família, quer em termos de especialistas das diversas áreas da saúde.

Mas, desengane-se, afinal é só para 40 interessados por ano e que estejam já a trabalhar na área da saúde.

Contudo, espante-se, se é de espantar, a reacção do Sr Bastonário da Ordem dos Médicos: a abertura de mais um curso de medicina é, para si, diz, um erro tremendo, vai fazer com que a curto prazo os médicos já existentes no país passem a deixar de ter trabalho indo engrossar as fileiras do desemprego, apenas se justificando este curso para dar emprego a alguns professores!

Creio que estes Srs Professores também serão médicos!? Ou não?

Mas, como justifica o Sr Bastonário, igualmente médico, as listas de espera no país para consultas e cirurgias, assim como os preços milionários praticados nos consultórios privados nas diversas especialidades onde consultas de dez minutos custam cem e mais euros, sendo numa só tarde “despachadas” às dezenas por Srs médicos directores de serviço, ou não, de um qualquer hospital do País?

Será este sistema actual justo, onde é possível exercer-se no público, garantindo uma carreira, e depois passar a maior parte do tempo disponível num qualquer consultório privado, até mais não puder, sabendo-se do manifesto maior interesse em gastar as horas úteis do dia no sector privado?

E o necessário descanso de que tantos falam? Não é preciso no exercício desta profissão?

Parece ser preferível ao Sr Bastonário da Ordem dos Médicos contratar médicos no estrangeiro do que os formar em Portugal, talvez porque quando chegar esse dia em que já não haja doentes para todos, esses outros possam ser dispensados, garantindo sempre rácios financeiros à profissão de que mais nenhuma outra classe hoje pode garantir.

Salvo o devido respeito pela pressão que pretende exercer junto de quem governa com este tipo de reacção, melhor seria que em vez disso tentasse afastar a imagem, cada vez mais enraizada na população, vá-se lá saber porquê, da chamada mercantilização do exercício desta profissão.

Outrora, eram conhecidos os sacrifícios que os Srs Médicos faziam para ir consultar quem, perdido nestes montes e vales, lhes pedia ajuda.

Hoje sabemos das dificuldades que muitos cidadãos sentem para poder ter uma consulta médica ou, por vezes, uma pequena cirurgia.

domingo, 6 de dezembro de 2009

INTRUSOS

Nestes dias voltou a ser notícia o confronto entre a defesa da natureza e da biodiversidade, por um lado, e a defesa do nível de vida humana, por outro lado.
De facto, apesar de não ser a primeira vez que trago este assunto à discussão, neste fim de semana aconteceram algumas realizações que merecem, de novo, a reflexão sobre o tema.

Efectivamente, Portugal, em minha opinião, tem dado sinais ao nível da legislação e da prática diária no sentido de privilegiar a defesa de plantas e de animais selvagens, seja o javali, o lince, o lobo, a cabra, o veado, ou outros, em detrimento da defesa do necessário nível de vida da população humana.

Por isso, considero totalmente pertinente a observação feita sobre o assunto pelo Dr Fernando Ruas, Presidente da Câmara Municipal de Viseu e Presidente reeleito da Associação Nacional de Municípios Portugueses, no Congresso Nacional desta Associação ao lançar o repto ao Ministério do Ambiente no sentido da necessidade de defender, antes de mais, a espécie humana e não ao contrário.

De facto, faz sentido defender a biodiversidade enquanto for possível nela incluir o homem. No caso contrário, nada teremos a defender, a natureza defender-se-á como sempre o fez.

Usar a pseudo defesa do “natural” criando dificuldades desnecessárias à vida do homem é e será um total despropósito que só num país governado por quem vive apenas dentro de caixotes de cimento pode ser possível tendo como consequências enormes erros económicos e estratégicos com consequências para todo o país.

Sinais notórios desta má politica que tem vindo a ser incentivada dando alguns “jobs” a quem nada mais terá para fazer, têm sido as decisões negativas dadas a diversas medidas de rentabilização do país rural que temos pelos Srs Directores dos chamados Parques Naturais, ou se quisermos, do Instituto de Conservação da Natureza, que, qual antigo senhor feudal, normalmente procuram cristalizar o estado selvagem dos seus montes que só não defendem, porque nessa altura estão em Lisboa ou em salas com ar condicionado, contra as chamas que de verão cobiçam a vegetação criada e entretanto protegida.

Exemplo concreto desta politica à portuguesa é a inauguração nesta data em Culatra, ilha do município de Faro, da conduta de transporte de água potável àquela Ilha, depois de 17 anos após a chegada da luz eléctrica, de vários boicotes eleitorais, de muitas promessas de todos os autarcas de que a obra seria feita, mas que o já referido ICN parece ter dificultado a todos.

Hoje, uma habitante de Culatra desabafava: “O Parque Natural e o ICN parece que olham para nós, habitantes, como uns intrusos, defendem tudo, menos a nós…”

Mais palavras para quê!?

Não pediam estes moradores desde há várias décadas um comboio de alta velocidade, nem uma ponte rápida ou tão pouco um aeroporto. Farol já têm. Pediam tão só água potável para um lugar onde a que aí existe já o não era.

Contudo, parece que neste país é mais difícil fazer obras que beneficiem as pessoas no seu dia a dia, do que obras megalómanas, elefantes brancos, capazes de enterrar milhões, mais milhões, e algumas vezes com pouca utilização para a maior parte dos portugueses.

E, vá-se lá saber porquê. Mas, num país em que nada se sabe, talvez se desconfie.


terça-feira, 1 de dezembro de 2009

1º de DEZEMBRO

Os vários andamentos.

Neste dia comemorativo para Portugal, feriado nacional, dia da Restauração, fica este ano também marcado por mais uma grande cerimónia realizada em Lisboa destinada a assinalar a entrada em vigor do novo Tratado da União Europeia – o Tratado de Lisboa assinado há dois anos atrás na nossa capital.

Por outro lado ficou a saber-se que o desemprego atingiu no passado mês de Outubro a cifra de 10,2% da população activa do nosso país.

Um número de desempregados nunca antes atingido no nosso país. Um número de desempregados que tem vindo sempre a crescer desde há cerca de meia dúzia de anos para cá e que ainda não deu sinais de parar, antes pelo contrário.

As notícias continuam a ser fábricas multinacionais a laborar no país que ameaçam fechar lançando para o desemprego centenas de trabalhadores e pessoas que se até aqui tinham uma vida estabilizada, num repente, passam a não saber o que fazer da sua vida.

Contudo, muitos, mesmo muitos, são os que gostariam de atingir solo europeu e mesmo solo português.

Aliás, muitas das produções portuguesas, sejam elas de cariz industrial ou mesmo agrícola passaram já para mãos estrangeiras.

E a tudo isto se assiste como se tudo tivesse que ser mesmo assim, com um Governo a pensar na implementação de um novo código contributivo que, segundo vários especialistas, iria aumentar de forma extremamente gravosa as taxas a pagar por muitos trabalhadores portugueses que ainda não fecharam as portas das suas pequenas empresas.

Até apetece dizer que para o nosso Governo parece ser preferível uma pessoa estar no desemprego do que trabalhar por sua conta e risco!

De facto, para quem há cerca de cinco anos dizia ser um escândalo as taxas de desemprego então verificadas, quando o PSD estava no Governo e se começou a ouvir falar na deslocalização das grandes empresas multinacionais, que diria o PS nesta altura se estivesse na oposição?

Seria a incompetência dos governantes em criar novos empregos, em impedir o fecho das empresas, em gerar alternativas de desenvolvimento, politicas económicas erradas, etc, etc.

Porque está no poder ordena aos organismos oficiais que retardem a divulgação deste tipo de dados negativos, afirmando mesmo que o país deixou já a recessão económica.

Afinal, qual cavaleiro andante que tanta promessa fez e nada do que disse ir fazer realizou?

Será que não há muito trabalho a fazer por todo o país por quem recebe rendimentos do Estado estando desempregado?

Para quando a implementação de medidas concretas de dar trabalho a quem recebe?

Precisará Portugal para isso de um novo “tratado constitucional” à semelhança do que aconteceu hoje com a Europa dos 27?

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

À PORTUGUESA

Além de um país de casos, um país de etiqueta...

De que somos um país de casos, já não precisamos de o dizer.
É a Casa Pia, que mais parece casa eterna, é o caso Freeport, é o caso BPN, é a Face Oculta, é a Noite Branca, o Furacão, e outros tantos que enchem capas de jornais e depois vão envelhecendo, esquecidos num qualquer caixote, como se de vinho do Porto se tratasse, até um dia ser bebido por alguém que nunca soube como tal liquido se fez.

Não podemos dizer que não somos bons a etiquetar casos.
Diferente é a fazer previsões sobre a evolução do desempenho da nossa economia e etiquetar depois os mecanismos de revisão dessas previsões.

Há poucos dias atrás o Governador do Banco de Portugal, mais parecendo o dono do país, estendeu o tapete ao Governo para aumentar os impostos a fim de impedir a queda continuada que se tem feito sentir nas receitas do Estado, isto é: nos impostos arrecadados pelo Fisco.

Entretanto, o Governo tinha já anunciado a necessidade de apresentar, ainda este ano, um segundo orçamento que nas palavras do Ministro das Finanças, é um orçamento redistributivo e não rectificativo, contrariamente ao que a oposição politica lhe chama.

Claro que, nesta fase final do ano, o Governo vai redistribuir aquilo que já distribuiu! Sim, não se sabe é como nem por quem!
Claro está que não rectifica os cálculos da receita que previu receber e não recebeu. Isso seria dar o braço a torcer perante uma oposição politica que tem vindo a dizer que as medidas económicas propostas pelo Governo nos últimos anos não permitem a nossa economia sair da crise em que mergulhou há vários anos.
Claro está que não vai dotar rubricas do orçamento no âmbito da despesa social com mais verbas, retirando-as, eventualmente, de rubricas destinadas a obras de investimento anunciado e não realizado, nem vai pedir dinheiro para pagar despesas.

Nada disso: vai redistribuir sem rectificar!
Como diria alguém, é só para inglês ver. Nós por cá bem sabemos o que isso é.

Creio, no entanto, ser mais do que isso.
Trata-se de uma estratégia tendente a fazer passar a ideia junto do eleitorado da sua capacidade de previsão e da bondade das suas propostas apesar do cenário económico difícil e do défice mais alto do que já alguma vez foi previsto e tido nos anos mais recentes da nossa história.

E, é disto que o país precisa: entreter-se com o significado das palavras, com a etiqueta mais adequada e não com o conteúdo ou a própria origem do conteúdo da embalagem.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

PREOCUPAÇÕES

Olhando e abrindo os jornais vimos que se vão repetindo os temas a fazer manchetes e a encher as páginas interiores, assim como os noticiários televisivos.

Lá por fora, os Estados Unidos e a China declaram a sua indisponibilidade para a redução dos gases que geram o aquecimento global, enquanto outros países fazem esforços no sentido de se obter a redução na produção desses gases.

O novo G2 (Estados Unidos e China) reduzem a pouco mais de zero o peso da Europa no mundo, segundo alguns observadores.

Como sempre, alguns grandes interesses de poucos dominam o destino dos povos.

Cá dentro, no país, as preocupações avançam em algumas direcções, mas chamam a atenção dos portugueses, essencialmente, as questões de justiça e corrupção, as questões laborais, designadamente de desemprego, assim como questões de saúde relacionadas com a gripe A.

No campo da justiça, volta a vir ao de cima a forma, os aspectos formais que a lei prevê e obriga a respeitar no tocante à investigação criminal, que se sobrepõem à descoberta da verdade, à acusação e à eventual condenação.

Aspectos que aos agentes da justiça intervenientes nos processos cabe conhecer e respeitar, mas que o povo continua a não entender porque valem tanto, sobretudo, quando estão em investigação figuras públicas, já que quando são pessoas comuns não vêem dar tanta importância a esses pormenores formais.

E menos compreensível parece ainda o facto dos responsáveis por tais processos darem a impressão de não se entenderem sobre esses mesmos assuntos.

Para registo da população geral fica o espanto, ou talvez não, da incomodidade que as escutas do caso “Face oculta” têm causado a tanta gente.

Noutras circunstâncias, noutros países, exigências de verdade pública ultrapassariam formalismos que favorecem os prevaricadores.

No nosso país, onde o povo continua a eleger pessoas mesmo que já acusadas e até condenadas em tribunal, embora sem decisão definitiva, ou seja, sem o necessário trânsito em julgado, será difícil combater estes fenómenos, uma vez que ninguém sente a necessidade de explicar perante os eleitores as acusações que lhes são feitas.

Esperamos, é certo, que a tão temida gripe A seja mais fácil de combater do que esses outros fenómenos a que vimos assistindo, dia após dia, caso após caso, mas sem nenhum resultado significativo, a não ser a queda da credibilidade do país a nível internacional.

sábado, 7 de novembro de 2009

CICLOS POLITICOS

A ansiedade pelo diferente?

Recordo-me ainda do ano de 1995 quando o PSD perdeu as eleições legislativas depois de dez anos de governação com o Prof. Cavaco Silva.

Na altura, o povo estava farto de betão, dizia-se. Eram as vias rápidas, as auto-estradas, edifícios públicos, obras que se consideravam necessárias para fazer com que o país fosse capaz de acompanhar o pelotão da frente europeu, como então o primeiro ministro gostava de dizer.

Por isso, a campanha do PS insistiu, essencialmente, em pôr de lado a politica do betão, para passar a gastar noutras áreas o dinheiro que a economia em crescimento ia disponibilizando, designadamente nas áreas sociais.

Assim, como medida emblemática do novo ciclo politico iniciado com a governação do Eng. António Guterres foi a distribuição do Rendimento Mínimo Garantido que muitas pessoas que até então trabalhavam passaram a receber deixando de trabalhar.

Apesar das regras de atribuição com que o mesmo nascera, sendo dito tratar-se apenas de uma ajuda transitória tendo em vista ajudar as pessoas beneficiárias a encontrar novo emprego, a verdade é que depressa passou a ser recebido como uma nova pensão para aqueles que ainda não tinham idade para ser reformados.

Com os governos seguintes passou a ter nova designação mas mais nenhum governante teve a coragem de pensar em redefini-lo, nem mesmo pôr em causa as regras da sua atribuição, excepto o líder do CDS, Paulo portas na última campanha eleitoral.

Curioso é que, apesar de há quinze anos se dizer que só é possível dar quando se tem, muitos governantes apenas souberam distribuir sem se preocupar em promover condições económicas para garantir a necessária prévia arrecadação, a não ser através da já velha conhecida medida que é a subida das taxas e impostos, como também tem vindo a acontecer nos últimos anos.

Apesar disso, a verdade é que a nossa sociedade está hoje em maiores dificuldades do que estava na altura. Cada vez mais subsidio-dependente, mais pobre, muitos desempregados involuntariamente, outros não trabalhando porque é mais fácil receber sem ter de fazer seja o que em proveiro da comunidade.

Razões que fazem com que por vezes me interrogue como estaria hoje a nosso economia e a sociedade em geral se um estilo de governação como o chamado Cavaquismo tivesse continuado, sendo forçado a concluir que, certamente, estaria melhor.

Há dias, um ex ministro das Finanças de Mário Soares, Hernâni Lopes, declarava abertamente que esta última década tinha sido uma década perdida em termos económicos.

A verdade é que todos estes anos de governação socialista, quase ininterrupta, depois de 1995 não têm tido outra orientação estratégica senão a manutenção do poder: distribuindo, cirando dependência, acenando com benesses aos que se aglomeram e encaixotam nos grandes centros e dão vitórias eleitorais.

Contudo, foi também notório, na última metade do anterior mandato, o Governo Sócrates dizer querer fazer grandes obras públicas e essas mesmas obras foram bandeiras da sua última campanha eleitoral, sendo agora o PSD e os demais partidos a dizer não a tais obras.

Apostando em obras que ainda não fez, o PS perdeu a maioria absoluta mas manteve a relativa, com obra feita, o PSD, então, passou de maioria absoluta para derrotado.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

TOMADA DE POSSE

Câmara Municipal e Assembleia Municipal tomaram posse.

Hoje, dia 3 de Novembro, pelas 17h e 30 m no Salão Nobre dos Paços do Concelho os novos órgãos municipais foram empossados.

A Câmara Municipal, em conformidade com o resultado eleitoral, ficou constituída pelo Presidente Fernando Carneiro, mais três vereadores do Partido Socialista e ainda por três vereadores do PSD.

Em virtude do resultado eleitoral para a Assembleia Municipal, como é sabido, o PS obteve 11 mandatos, o PSD 10 mandatos, O CDS um mandato e o MIC um mandato. Contudo, porque os Presidente de Junta também têm assento na Assembleia Municipal, tendo 13 Juntas de Freguesia sido ganhas por candidatos do PSD, ou afectos a este partido, no caso dos dois Plenários, à partida, o PSD contava com 23 elementos da Assembleia e o PS com 22, atendendo ao posicionamento assumido pelos eleitos do MIC e do CDS, para a eleição da Mesa da Assembleia.

No entanto, para esta votação dos elementos da Mesa da Assembleia, um dos eleitos pelo PSD ou afecto a este Partido votou na lista apresentada pelo PS.

Assim, a lista apresentada pelo PS, constituída por Dr Albino Ramos, Eng. Felício e Prof. Arnaldo (do MIC) foi eleita com 23 votos.

Sendo caso para dizer, uma vez mais, nesta fase em que se discute como nunca a “face oculta” que o poder corrompe e há pessoas que facilmente se deixam corromper, ou, então, não passaram nunca de um embuste à procura da sombra do poder rodando sempre da maneira mais conveniente, expondo-se ao sol ou ficando na sombra, conforme o que momentaneamente mais lhes convier.

Talvez este gesto consiga explicar em parte o resultado eleitoral do PSD nestas últimas eleições.

Sinal da reflexão que o PSD precisa de, serenamente, fazer, sem necessidade de atropelamentos à dignidade de cada um, seja por distúrbios emotivos de excitação sintomáticos da iniciação do exercício do poder, seja pelo sentimento de perda do exercício desse mesmo poder.

A vida é politica, mas é mais do que politica, apesar de muitos quererem reduzir a vida dos outros aos resultados das suas politicas. A história é, na sua grande parte, feita desses exemplos.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

EM DEMOCRACIA

No rescaldo das Autárquicas
Em Democracia, aquilo que nos ensinam é que é o povo, enquanto conjunto de eleitores, quem decide, por maioria, quais os candidatos que por um período de tempo vão governar ou assumir outras funções.

Em Castro Daire, para a Câmara Municipal, desta vez, a distribuição de votos fez com que o PS fosse o partido mais votado.

Assim decidiram os eleitores, está decidido. Democraticamente há que respeitar os vencedores, apesar dos vencidos merecerem o mesmo respeito.

Contudo, por estas ocasiões, apregoando aos quatro ventos, em jornais e tudo o que é público, há sempre alguns que, apesar de alegarem fazer parte dum partido vencido, logo se colam aos vencedores, maltratando os que trabalharam e perderam por, segundo afirmam, não lhes terem dado ouvidos uma vez que, eles, sim, eram os mais bem informados e capazes de obterem a vitória do seu partido.

Contudo, tais capacidades nunca em democracia os levaram à eleição do que quer que fosse, a não ser quando à boleia de outros que, esses, sim, genuínos e trabalhadores, deram tudo de si em prol do partido.

Tais capacidades, apesar de tudo, não os impediram de, quando da escolha do líder nacional, fazerem campanha pelo candidato que acabou por ganhar a liderança do partido e depois fazer a campanha às eleições legislativas que fez com o resultado obtido conhecido de todos nós.

Tais capacidades nãos os impediram de no último ano promoverem e provocarem a divisão interna do partido a nível local, prosseguindo sempre o único lema que lhes é conhecido - dividir para reinar, a fim de imporem a única solução para si viável: a sua própria candidatura…

Aliás, tais comportamentos deixam-nos muitas dúvidas se alguma vez esses militantes votaram nas candidaturas do partido a que dizem pertencer, a não ser nas suas próprias pessoas.

Com militantes destes, bem estão os partidos opositores.

Mas ser assim não é ser irresponsável, é ser superiormente esperto por forma a ser sempre um vencedor.

sábado, 17 de outubro de 2009

NOVA LEGISLATURA

Governo Minoritário

Empossados que estão os deputados eleitos para os próximos quatro anos, avizinha-se o momento de apresentação dos novos ministros do novo governo Sócrates.

Como é público, apesar de ter consultado todos os demais líderes partidários no intuito de obtenção de um eventual acordo de governo, nenhum aceitou participar no novo governo.
Pelo menos neste ponto todos cumpriram com a palavra que haviam dado em período de campanha eleitoral.

Contudo, mais importante do que saber quem é que vai ser ministro, é saber quais as medidas concretas que o novo Governo se propõe tomar no curto prazo a fim de mudar o rumo da economia portuguesa e, por consequência, o nível de vida dos portugueses.

Efectivamente, olhando os dados económicos e sociais que no dia a dia vão sendo publicados, parece ser impossível em Portugal produzir o que se consome, assim como criar justiça nas politicas fiscais que desde há muitos anos todos sabem ter aspectos concretos errados, injustos e mesmo imorais.

Assim, se por um lado temos um número de desempregados cada vez maior, muitos deles não declarados sequer nos centros de emprego e outros retirados por estarem a fazer algum curso de formação profissional e apesar dos milhões de euros gastos em subsídios além do de desemprego, como é o caso do Rendimento de Inserção Social, embora em muitos casos atribuído de forma fraudulenta, conforme tem vindo a ser noticiado, apontando para um gasto de 120 milhões de euros em situações dessas, tem sido também notícia o aumento diário de casos de pobreza, sendo cada vez mais os portugueses que recorrem à ajudas das instituições de solidariedade social.

Por outro lado, apesar de todos os políticos usarem o nome das pequenas e médias empresas nas suas campanhas, prometendo criar medidas que as auxiliem nesta fase difícil, na prática parece quererem deixar tudo igual, permitindo ao Estado beneficiar de situações injustas e que, forçosamente levam a que muitas empresas passem por dificuldades financeiras ainda maiores. O caso do IVA é sintomático.

De facto, imagine-se uma empresa que fornece uma mercadoria ao Estado e que este lhe prometeu pagar logo a seguir mas acaba por lhe pagar meio ano ou um ano depois do fornecimento. Acontece, então, que o Estado recebe a mercadoria, a empresa factura essa mercadoria, passado um ou três meses o Estado recebe ainda em dinheiro vinte por cento do preço dessa mesma mercadoria entregue pelo fornecedor sob o título de IVA e só vários meses depois é que paga o preço dessa mercadoria ao fornecedor!
Sem nada pagar, recebe mercadoria e parte do preço da mesma! Será aqui o Estado pessoa de bem?
E porque não se negam todos os fornecedores a fornecer nestas condições ao Estado?

E, apesar do abrandamento do consumo interno em virtude das situações financeiras familiares debilitadas, a verdade também é que cada vez se importa mais bens de consumo do estrangeiro levando o saldo da balança comercial portuguesa a ficar cada vez mais negativo.

Parece, pois, ser impossível produzir em Portugal. Não sei se por hábitos alicerçados em politicas europeias que pagam subsídios para não se trabalhar, se por outros motivos de índole social e psicológica.
É verdade que a população activa da actividade agrícola é cada vez menos e mais idosa e ao nível das industrias as empresas encerram cada vez mais.

Daí a nossa expectativa de que nos próximos quatro anos novas medidas se introduzam nestas áreas, porque, independentemente dos subsídios, sem produção não deixaremos de ser cada vez mais pobres.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

AUTÁRQUICAS 2009

PSD perde eleições autárquicas em Castro Daire

Seguindo uma tendência verificada nos últimos actos eleitorais no concelho, incluindo autárquicos, 2009 foi o ano de mudança na cor da governação no município de Castro Daire.
Uma viragem que se consolida, essencialmente, em virtude da transferência de votos em 5 freguesias levando à perda da respectiva Junta em quatro delas: Mamouros, Mões, Parada de Ester e Pinheiro. Gosende, apesar de manter a Junta PSD, perde para a Câmara igualmente grande número de votos.

Uma mudança que deixa demonstrado que o povo sabe distinguir o tipo de eleição, assim como quem quer e onde quer a governar.

Uma mudança que se dá, essencialmente, pela mudança de votos do PSD para as listas do PS, uma vez que:
O CDS, apesar de nas últimas legislativas ter tido uma votação elevada, nestas autárquicas manteve apenas o número de votos que habitualmente consegue,
O Movimento Independente aos órgãos autárquicos teve fraca adesão nas diversas freguesias, em nada surpreendendo a sua votação da freguesia de Castro Daire.
E, se atentarmos que nos últimos quatro anos não terão sido tantos os jovens que se recensearam pela primeira vez naquelas referidas freguesias, ter-se-á de concluir que foram votantes tradicionalmente do PSD que, desta vez, resolveram votar PS.

Porque é a primeira viragem de cor governativa no concelho desde há cerca de trinta anos para cá, embora não deixando de alguns protagonistas serem os mesmos, são naturalmente altas as expectativas, atendendo ao prometido e à coincidência de cor governativa entre Castro Daire e Lisboa.

Assim, porque é de investimentos que o Concelho precisa, aguarda-se pela rápida requalificação da Estrada do Vale do Paiva, assim como os novos quartéis de bombeiros, e outros investimentos elencados no programa vencedor.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

LEGISLATIVAS

Um final anunciado.

Passados alguns dias sobre as eleições legislativas, após reflexão sobre o resultado de uma votação dominada pela escolha do Primeiro Ministro, parece poder dizer-se que nem a perda da maioria absoluta do PS era surpresa, nem a incapacidade do PSD em conseguir transferir para si o voto dos descontentes também era surpresa.

De facto, a manifestação do descontentamento popular, apesar de forte, cedo se deparou com a falta de uma alternativa nova capaz de, dando segurança, absorver toda a energia oriunda dessa realidade.

E, nessa medida, maior foi o desespero que muitos viveram ao querer expressar de forma útil o seu sentimento e se depararam com a oferta de um caminho alternativo já trilhado.

Numa derradeira opção, numa tentativa de fuga ao que receavam encontrar, divergiram por atalhos.

Curioso é também continuar a verificar que quem decide, seja nas opções internas de um partido, seja na governação do país, são dois ou três aglomerados populacionais.

E, apesar de desde 1995 o país ter vindo sistematicamente a ver a sua economia a evoluir negativamente face à evolução europeia, sempre com governos socialistas, excepto um período de dois anos e meio, a maior parte da população continua a votar PS.

Facto que só se pode justificar devido à forte dependência dos agentes económicos em relação ao Estado, designadamente dos agregados familiares habituados a consumir, cada vez mais, recursos provenientes de prestações sociais não dependentes de uma actividade laboral.

Um rumo que não se alterando levará rapidamente a ainda maior degradação da vida social com exigências cada vez mais fortes de prestações não salariais e o completo abandono da maior parte do país transformando as aldeias de Portugal em lugares ermos e pasto das chamas de verão.

Creio que o PSD saberá tirar uma lição destas eleições e evoluir acompanhando o sentir do povo que já foi seu.

sábado, 19 de setembro de 2009

PERCURSOS PEDESTRES

Trilho dos Moinhos

Hoje, dia 19 de Setembro, a Câmara Municipal de Castro Daire inaugurou o primeiro de uma série de novos percursos pedestres que está a criar no concelho no âmbito do turismo rural e a divulgar pelos diferentes canais de informação, situando-se este na área de Eiriz, freguesia de Parada de Ester.

O Trilho dos Moinhos, assim designado por proporcionar ao longo do seu percurso a observação de diversos moinhos a água, alguns em cascata que outrora funcionavam aproveitando a mesma corrente de água, inicia junto à Estrada Nacional 225, sobe até perto de Mós, desce, atravessa Eiriz, volta ao ponto de partida pela estrada municipal, passando, entretanto, pelo Poço Negro, pela Cascata da Tojosa e pela Ponte da Tojosa.

Um percurso interessante, tipo circular, bem sinalizado, com cerca de cinco quilómetros e meio, incluindo num pequeno troço algumas escadas de xisto, e que procura chamar a atenção para a necessidade de preservação do património natural e histórico do concelho.

Experimentando as suas dificuldades, ou não, neste dia de inauguração, um grupo de cerca de 50 pessoas fez-se ao caminho e, para surpresa de muitos, a meio do percurso tiveram direito a uma pausa com música tocada e cantada ao vivo pelo Rancho Folclórico da Associação “Os Lobos da Serra” da localidade de Eiriz.

Presentes estiveram a Presidente da Câmara Municipal e o Presidente da Junta de Freguesia de Parada de Ester, entre outros elementos dos respectivos executivos, os quais se mostraram convencidos de que estes percursos irão ter bom sucesso e constituir um forte motivo de angariação de um novo tipo de turismo que cada vez mais procura este género de actividades de lazer.

domingo, 13 de setembro de 2009

AUTÁRQUICAS

Apresentação das Candidaturas autárquicas do PSD

Ontem, dia 12 de Setembro, no antigo Auditório Municipal, o Partido Social Democrata fez a apresentação pública dos seus candidatos à Câmara Municipal de Castro Daire, assim como à Assembleia Municipal e às Juntas de Freguesia.

Muitos foram os que quiseram estar presentes numa cerimónia que já se tornou tradição. A sala encheu e o ambiente era de confiança.

Confiança manifestada pelos candidatos a deputados à Assembleia da República nas próximas eleições legislativas que estiveram presentes, assim como pelos muitos apoiantes do Partido Social Democrata local que igualmente assistiram e gostaram do que ouviram.

Falaram, o Sr Dr Flávio Lopes Pereira, cabeça de Lista à Assembleia Municipal, o Sr Dr Joaquim Seixas pela Comissão Politica Distrital do PSD, o Sr Dr Almeida Henriques pelos candidatos a deputados à Assembleia da República pelo distrito de Viseu e, por fim, a Eng. Eulália Teixeira candidata à Câmara Municipal.

Num discurso sereno, onde sublinhou muitas das obras que este executivo lançou e realizou por todo o território municipal, desde obras de saneamento básico, a requalificação de estradas municipais, assim como a requalificação e relvado do Complexo Desportivo de Castro Daire, a requalificação do espaço do Calvário, entre outras muitas obras espalhadas por todas as freguesias e demonstrativas de que este executivo governou para todo o concelho.

E, garantindo que sendo eleita continuará a gerir os recursos do município em favor de todos os munícipes, assumiu, tal como à quatro anos atrás, o compromisso de promover o desenvolvimento do concelho indo ao encontro dos anseios das populações, procurando sempre satisfazer as necessidades mais sentidas nas diversas localidades.

Além disso, fez questão de sublinhar como sendo grandes objectivos do novo mandato a construção do novo Parque Termal do Carvalhal que envolverá a construção de novos balneários e outras infra-estruturas, assim como a requalificação do exterior envolvente e respectivos arruamentos, os designados Centros Escolares, o Pavilhão Multiusos, a requalificação do Jardim, entre outros projectos de grande interesse para o concelho.

Sabendo-se dos recursos disponíveis para um concelho do interior como é Castro Daire, é, efectivamente, um programa ambicioso que, necessariamente, envolverá a aprovação de candidaturas a fundos nacionais e comunitários, como, de resto, tem sido a prática comum nos últimos mandatos, incluindo este, apesar do atraso com que este Quadro Comunitário de Apoio está a funcionar e a falta de verbas que tal facto tem provocado aos municípios.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

ELEIÇÕES

No inicio da Campanha Eleitoral

Com a campanha eleitoral para as legislativas a começar, depois de uma série de diversos debates televisivos entre os líderes dos diversos partidos com assento parlamentar, faltando apenas o debate mais aguardado, o debate entre o Eng. José Sócrates e a Drª Manuela Ferreira Leite, poder-se-á dizer que já se sabe quais vão ser as bandeiras dos principais partidos concorrentes.

Se o PS continua a defender os grandes investimentos públicos, o PSD quer realizar apenas os investimentos de menor dimensão e de maior proximidade com a população.

Certamente que ambos os partidos pretendem encontrar medidas para fazer diminuir o desemprego, aumentar o consumo e, consequentemente, a produção.

Mas, ao fim de quatro anos de governação com maioria absoluta, depois de prometer reformas profundas nos diversos sectores da sociedade, a verdade é que nada disso foi realmente feito, tendo-se desperdiçado toda a legislatura a pensar naquilo que o PS e o governo sempre negaram: O ciclo politico de legislatura. Quando empregar o dinheiro disponível do Orçamento de Estado. Como fazer para ganhar no próximo acto eleitoral.

E, apesar dO PS ter estado no Governo durante mais de uma dúzia de anos, intercalados apenas por um pequeno período de dois anos e meio, parece que tudo o que de mal o país possui, desde os impostos altos, ao défice, à falta de algumas infra-estruturas, às deficiências no sistema de saúde e à ineficiência do sistema de justiça, foi obra do PSD!

É necessário que haja alguma honestidade argumentativa, porque de demagogia já todos estamos fartos e essa não enche as mesas dos desempregados, remediados e outros desfavorecidos.

Não vale a pena dizer-se que a oposição é derrotista ou extremista.

Prometer sabendo que não é para executar devia ser motivo de perda de mandato quando chegasse a hora de cumprir a promessa e esta não fosse cumprida.

Não basta dizer que é preciso dar o exemplo, é preciso dar, efectivamente, o exemplo.

E, se um acto eleitoral serve para eleger, serve também para avaliar o trabalho feito e a sua conformidade com o prometido no acto eleitoral anterior.

Mas, porque todos pensamos de forma diferente e porque a opinião de cada um nem sempre é constante, este período até dia 27 será decisivo para alterar ou clarificar aquilo a que as sondagens de hoje designam por empate técnico.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

DO PROGRAMA À EXECUÇÃO

Um vicio que pegou moda e ficou por cá.

Tal como começou, o Governo acaba a legislatura a propor o aumento da cobrança de receitas pela aplicação de taxas mais elevadas, seja ao nível dos impostos, seja agora ao nível da Segurança Social.

Avançar Portugal, para este Governo Socialista é sinónimo de aumentar taxas e impostos para a maioria dos portugueses e aumentar os privilégios para um pequeno grupo de nomeados que chega às instituições intocáveis onde após 3 ou 4 anos adquirem o direito a gordas reformas que nós todos temos de pagar.

Como último exemplo temos o novo Código Contributivo da Segurança Social aprovado exclusivamente pelo Partido Socialista, o qual aumenta em geral as taxas das empresas mas não altera, segundo já foi referido por fiscalistas, as reformas dos Governadores e assessores do Banco de Portugal e outra meia dúzia de empresas.

Aliás, a última edição do Semanário faz manchete de algo parecido: “Prémios escandalosos na Banca fora dos programas dos partidos políticos”

Pode, efectivamente, dizer-se, tal como o Primeiro Ministro disse repetidamente, que não mudou de rumo.

Mas, terá Portugal avançado em algum sector nesta legislatura a favor dos portugueses?

O resultado comparativo deste final de legislatura com o de há quatro anos atrás é fácil de fazer: Maior taxa de desemprego, maior número de falências e encerramento de empresas, retraimento no consumo, redução nas exportações.

Dir-me-ão: Mas isso resulta da crise económica e financeira internacional. O Governo assim o diz.
Mas se este governo não pode impedir a deslocalização das grandes empresas, o anterior governo podia?
Então porque quem esteve no poder durante estes quatro anos não fez aquilo que dizia que o anterior governo podia fazer?

Se nem um nem outro o puderam fazer, porque hão-de atirar areia aos olhos do povo com acusações que sabem não ser verdadeiras?

E, analisadas as intenções de governo manifestadas em campanha eleitoral, parece que apenas e sempre podemos contar com a concretização de uma: Redução de regalias, aumento de custos…

Será caso para dizer que, afinal, andamos todos dezenas de anos a desbaratar dinheiro e a pagar poucos impostos!

sábado, 29 de agosto de 2009

EVOLUÇÃO TRANQUILA

Candidatura Autárquica do PSD

Aproximamo-nos a passos largos das eleições autárquicas.

Este ano, com eleições legislativas poucos dias antes daquelas, estamos a entrar num período de campanha eleitoral contínua e apesar de cada uma procurar promover candidaturas distintas, ambas se dirigem aos mesmos destinatários.

A todos nós, enquanto cidadãos, interessa tanto o resultado de umas como o resultado de outras, embora já todos tenhamos também a noção perfeita de quanto valem umas e outras.

Por isso, pessoalmente, não é de estranhar que as eleições autárquicas nos digam algo mais do que as eleições legislativas. São menos o número de votantes, votamos em quem conhecemos, votamos naqueles com os quais nos cruzamos no dia a dia.

Quanto à candidatura autárquica do PSD à Câmara Municipal de Castro Daire, cujos nomes são já de todos conhecidos, creio poder dizer-se neste momento que a mesma traduz uma evolução tranquila no que era esperável em relação à mesma.

De facto, além de respeitar a imposição da “lei das quotas”, o que por si só obrigava ao rearanjo do elenco da anterior candidatura, mantém a maior parte dos elementos do actual executivo.

Também ao nível da Assembleia Municipal o princípio orientador foi o mesmo, assim como em relação às Juntas de Freguesia; isto é: apostou essencialmente na recandidatura dos seus eleitos.

Ganhando o PSD as eleições autárquicas, designadamente a Câmara Municipal, poderá dizer-se que é conhecido, de antemão, o estilo de exercício dos cargos autárquicos de maior relevância no nosso concelho.

Será uma equipa experiente capaz de realizar com os poucos recursos disponíveis obras por todo o concelho e que custam muito, apesar de também às vezes não se lhe dar o verdadeiro valor.

Na verdade, muitas vezes, não fugindo à regra e ao ditado popular, tal como acontece com a galinha do vizinho que é sempre melhor do que a nossa, obras feitas no nosso concelho não nos dizem nada, até aplaudimos a sua banalização, mas admiramo-las quando as observamos no concelho vizinho.
Contudo, porque de período de campanha nos aproximamos, o nosso voto é que a mesma decorra com o esclarecimento, o respeito e a dignidade que todos merecemos.

sábado, 22 de agosto de 2009

POLIDESPORTIVO DE LAMAS

Inauguração e Bênção do Polidesportivo de Lamas

Hoje, dia 22 de Agosto de 2009, Lamas, aldeia da freguesia de Moledo, concelho de Castro Daire, inaugurou o seu Polidesportivo.

Num conjunto de nove campos polidesportivos a construir pelas diversas freguesias do concelho no âmbito de uma candidatura promovida pela Câmara Municipal, o de Lamas foi o primeiro a ser concluído e a ser inaugurado.

Uma tarde de festa, convívio e alegria, proporcionada pela Associação Desportiva Local, com a colaboração da restante população.

Pelas 16 horas teve lugar o descerrar da lápide alusiva ao acontecimento, seguida da Bênção do novo campo polidesportivo realizada pelo pároco da freguesia, Sr P. Joaquim, seguida da prolação de algumas palavras de circunstância proferidas pelo Sr Presidente da Junta de Freguesia, Dr Victor Figueiredo e pela Presidente da Câmara Municipal, Eng. Eulália Teixeira.

E, se o Presidente da Junta agradeceu a todos quantos colaboraram na realização desta obra, a Presidente da Câmara salientou o espírito desportivo da gente da povoação de Lamas, espírito esse merecedor de uma obra desta natureza capaz de lhes permitir continuar a prática desportiva nas diversas modalidades que hoje se vão praticando além do futebol, permitindo dessa forma manter viva a tradição que sempre caracterizou a gente de Lamas.

Findo o momento de congratulação pela obra feita, seguiu-se a inauguração propriamente dita com o desenvolver de várias actividades no mesmo: Ténis, Basquetebol, futebol masculino e feminino, etc.

Depois actuou também o Rancho Folclórico de Santa Maria de Moledo, animando com as suas cantigas e danças os presentes.

Por fim teve lugar um lanche convívio para todos os presentes e convidados oferecido pela Associação e pela população local.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

ALMOFALA FESTEJA

Requalificação do largo do Bom Pastor e a ampliação do cemitério

No dia 16 de Agosto a Junta de Freguesia de Almofala inaugurou a obra de requalificação do Largo do Bom Pastor e a ampliação do cemitério.

Embelezando cada vez mais a “porta” de entrada da povoação, Almofala tem, como o seu Presidente de Junta, Sr Joaquim Carvalho, costuma dizer, um “cartão de visitas” que nem a Vila de Castro Daire, sede do concelho, consegue ter.

E, sempre com novas ideias, sempre à frente do seu tempo, como também costumam dizer-lhe, a Junta de Freguesia tem conseguido dotar a Freguesia de obras úteis, necessárias e muito agradáveis.

Tudo parece fácil em Almofala. No entanto, trata-se de uma freguesia pobre, distante do centro do Concelho, assim como dos demais centros urbanos sedes de concelhos maiores.

“Fácil?” Pergunta o Presidente da Junta de Freguesia, dando também de imediato a resposta bem esclarecedora: “O que Almofala tem resulta de muito esforço, trabalho intenso e persistente, diz, referindo-se, designadamente, ao facto da freguesia ter obtido 12 torres eólicas.

Com esse rendimento e com a colaboração da Câmara, conseguiu dar nova vida ao Largo do Bom Pastor, cada vez mais o centro aglutinador, de passeio e lazer daquela comunidade.

Nas suas palavras de circunstância, o Presidente da Junta referiu-se às obras já realizadas nos últimos anos e naquela que gostaria de ainda fazer, uma obra que, diz, já poderia estar feita se o tivessem ajudado, uma obra que hoje já outros também pedem; a construção de um lar para idosos.

Também a Srª Presidente da Câmara Municipal, Eng. Eulália Teixeira, reconheceu a obra, o entusiasmo e o saber com que o Presidente da Junta de Almofala tem conseguido executar as diversas obras já concluídas na Freguesia.

E, animada a festa com o Rancho Folclórico da freguesia, houve ainda tempo para umas cantigas à desgarrada entre os cantadores Sr Salvador e o Sr Marciano.

Por fim foi servido um almoço convívio para toda a população e demais convidados.

domingo, 16 de agosto de 2009

HOMENAGEM AO POVO DE CUJÓ

Cujó inaugurou monumento dedicado ao seu povo.

Ontem, dia 15 de Agosto, depois da celebração eucarística, teve lugar a bênção e inauguração do monumento dedicado ao povo de Cujó.

Depois de vários anos de insistência na ideia de erguer um monumento em reconhecimento do esforço, do trabalho, da dedicação e do empenho nas diversas áreas de actividade, de todos quantos, quer na sua aldeia natal, quer nos mais diversos lugares onde encontraram forma de organizar as suas vidas, teve lugar o descerrar da bandeira.

Um dos mentores da ideia e quem mais lutou pela concretização da mesma, Sr Marcelino, estava visivelmente satisfeito com a conclusão desta obra.

De facto, com a comparticipação de muitos, assim como a colaboração das autarquias locais, Junta de Freguesia e Câmara Municipal, foi possível a construção do monumento em si e o arranjo do espaço envolvente ao mesmo, transformando radicalmente aquela área onde o mesmo foi erigido.

Nas palavras que dirigiram aos presentes, no seguimento, aliás, de uma quadra escrita numa das faces do mesmo, todos foram unânimes em referir que Cujó estava agora culturalmente mais rico.

O Sr Marcelino, agradecendo o empenho de todos quantos contribuíram para que este projecto se concretizasse, pediu também um minuto de silêncio em homenagem aos que entretanto já faleceram.

O Sr Presidente da Junta de Freguesia declarou-se igualmente satisfeito com a concretização desta ideia assim como pelo facto de em colaboração com a Câmara Municipal poderem ter requalificado aquela área tendo-a transformado num espaço de lazer muito agradável.

A Srª Presidente da Câmara, também ela Cujuense, estava, naturalmente, bastante satisfeita, sentindo ter, além de ajudado a cumprir um desejo de muitos, colaborado numa obra que dignifica Cujó e as suas gentes.

Finda a cerimónia de bênção e inauguração, foi servido um almoço convívio para toda a população e demais convidados.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

REACÇÕES

“Quem não o conhece que o compre”

“Depois de quatro anos e meio de governação não tem legitimidade para apresentar as medidas de carácter social que tem vindo a anunciar”


“O Governo perdeu uma grande oportunidade ao tomar um conjunto de medidas incorrectas”

Seguindo a técnica de que a melhor defesa é o ataque, o PS, pela boca do seu líder, continua a gritar que só o PS pode salvar o país…

Escreve, fala, gesticula, grita.

Mas será que a maioria dos portugueses ainda ouve o actual primeiro ministro e candidato a novo mandato a defender o que prometeu fazer e não fez?

Aquele que foi o seu primeiro ministro das Finanças é bem claro quando classifica de erradas as medidas executadas por este governo que ele próprio abandonou.

Mas, quem o ouve, é certo, até parece que não foi este o primeiro ministro dos últimos quatro anos e meio!

O seu frenesim no anunciar de medidas e mais medidas que não passam de anúncios de propaganda enganosa continua como marca distintiva de um estilo que o povo português já bem conhece.

E, como diz o líder do CDS, Paulo Portas, “quem não o conhece que o compre”.

Ou, como diz uma dirigente do BE, “depois de quatro anos e meio de governação não tem o actual primeiro ministro legitimidade para apresentar as medidas de carácter social que tem vindo a anunciar”.

Além disso, creio que não fica bem a um primeiro ministro afrontar todos os dirigentes da oposição apelidando-os com vários títulos que encaixam bem é nele próprio.

O país não precisa de primeiros ministros ferozes, nem de dirigentes de oposição mansos.

O país não precisa de TGVs e aeroportos para facilitar o transporte de mercadorias de segunda e terceira qualidade para os nossos hipermercados.

O país precisa de consumidores que comprem produção nacional e de hipermercados que ponham à venda produtos de origem nacional.

O país não precisa de aumento dos preços dos factores de produção, precisa é de ajuda à produção.

Dúvidas não tenho de que não produzindo não poderemos sair de uma situação de crise permanente.

Apregoem o que quiserem.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

NESTA FASE DE PRÉ CAMPANHA...

Expectativas

Aproximando-se a ritmo acelerado o final dos prazos para entrega das listas candidatas às próximas eleições, é sempre tempo de alguma reflexão e expectativa.

Quer por parte daqueles que, mesmo sem se exteriorizarem, gostariam de ser convidados a integrar uma lista de candidatos, e que por vezes só por esquecimento de quem está a organizar um processo eleitoral é que acaba por não ser contactado para esse efeito.

Quer por parte daqueles que integrando uma lista de candidatos acabam por pretender saber quem é que vão ser os seus “adversários políticos” nessa próxima eleição.

E também, o que mais importa, por parte do universo dos eleitores que pretendem saber quais as opções que se lhe irão apresentar, assim como para tentar perceber quais dos candidatos é que terão mais condições de ganhar.

Isto, como é natural, acontece sempre, tanto em relação às legislativas, em virtude das listas de candidatos a deputados apresentadas pelo círculo eleitoral a que pertencemos, como em relação às autárquicas, sendo nesta caso, por maioria de razão, devido à proximidade e familiaridade que cada um de nós acaba por ter em maior ou menor grau com cada um dos candidatos.

Por outro lado, não deixa de ter relevância para os candidatos o comportamento dos cidadãos que acabam por integrar as diversas listas candidatas.

É evidente que qualquer atitude a este nível é sinal demonstrativo de aprovação ou reprovação dos candidatos que se recandidatam a qualquer órgão.

A opção final de cada eleitor é, senão sempre, na maior parte das vezes, uma decisão complexa resultante de um condensar de motivos nem sempre harmoniosos, senão mesmo os mais contraditórios imagináveis.

Por vezes, a vitória ou a derrota de uma candidatura resultará de algo insignificante, de um gesto, de uma atitude, da falta de um esclarecimento, enfim, daquilo sobre o qual se fazia um juízo e que na realidade merecia outro.
A escolha dos elementos das equipas será, certamente, importante na primeira impressão de cada eleitor.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

NA NOSSA FLORESTA

O desinteresse da Autoridade Florestal Nacional pelo Carvalho

Já é habito dizer-se que não é por falta de legislação que as coisas em Portugal, por vezes, não funcionam.

Ultimamente foi aprovado em Conselho de Ministros um novo diploma designado de Código Florestal que prevê normas de conduta florestal a adoptar pelos proprietários, assim como coimas (multas) bem como a perda de terrenos para o Estado.

Presume-se que o objectivo de mais esta lei seja a defesa da nossa floresta, imputando, como sempre, as culpas dos maus aproveitamentos florestais aos seus proprietários, tudo como se o Estado tivesse estado sempre presente na hora do aparecimento dos mais diversificados problemas que tem afectado a floresta no nosso país.

Contudo, parece-nos que continuamos a seguir um mau rumo com resultados previsíveis.

A título de exemplo, veja-se o que se passa com a atenção dada à doença / praga que está a afectar o carvalho.

Com particular incidência este ano, pelo menos no distrito de Viseu, o Carvalho está a ser atacado de forma brutal por uma doença / praga que já não é nova e provocada, presumo, na falta de outra informação, por um insecto cujas pequenas larvas parece sugarem a seiva da folha verde, transformando-a em folha de cor acastanhada, seca, como se estivéssemos no período outonal, altura em que, naturalmente, a mesma devia tomar essa cor e cair.

Tentando obter alguma informação no site da Autoridade Florestal Nacional, parece que este assunto não lhe diz respeito, uma vez que na página dedicada às Pragas e Doenças apenas aparecem o “Nemátodo da Madeira de Pinheiro”, a “Processionária do Pinheiro” e o “Cancro Resinoso do Pinheiro”.

Assim sendo, parece que floresta para a Autoridade Florestal Nacional é sinónimo de pinheiro, sendo o carvalho uma árvore sem importância, que deverá ser abatida, razão pela qual esta doença não preocupa a Autoridade Florestal Nacional, não considerando esta uma questão de defesa da Floresta Portuguesa, mas tão só, eventualmente, uma questão que dirá respeito exclusivamente aos proprietários florestais.

Mas, admitindo, ainda assim, que fosse uma questão meramente particular, não deveria ser o Estado a primeira entidade a estudar e a dar informações sobre uma doença ou praga que está a afectar de forma séria uma boa parte das árvores verdes da nossa floresta?

Dir-me-ão que a madeira de carvalho não se exporta, não tem mercado, logo, não tem grupos de interesse fortes a pressionar o Governo no sentido de tomar medidas em sua defesa…

Contudo, creio que a defesa da Floresta Portuguesa não passa pela publicação de mais leis, mas sim por adopção de medidas concretas, de práticas preventivas que a hoje designada Autoridade Florestal Nacional devia promover relativamente a todas as espécies de árvores que compõem a nossa floresta, designadamente, informando os proprietários florestais do que deviam fazer para atacar doenças e pragas, assim como disponibilizando ou aplicando ela própria produtos capazes de impedir o avanço de tais doenças e pragas.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE FAREJINHAS


Bênção e Baptismo de Viatura


No dia 19 de Julho a Associação dos Bombeiros Voluntários de Farejinhas, concelho de Castro Daire promoveu a bênção e o baptismo de uma sua viatura VLCI.


Um veículo adquirido pela Associação já durante o ano passado e que desde essa data tem estado ao serviço, mas que, por motivos vários, só agora foi benzida e baptizada num momento de convívio que a Associação quis promover para toda a população.
Assim, após a celebração da eucaristia deste domingo, o Sr Padre Caria procedeu a bênção da mesma junto à igreja paroquial.
De seguida, no largo da povoação foi o lugar para a cerimónia do seu baptismo, tendo sido “amadrinhada” pela Presidente da Câmara, Eng. Eulália Teixeira.
Na ocasião, o Presidente da Direcção da Associação, Sr Samuel Garcez, proferiu algumas palavras de agradecimento a todos quantos contribuíram para que tivesse sido possível a sua aquisição, frisando o contributo da Câmara na pessoa da sua Presidente, Eng. Eulália, a qual considerou pessoa muito atenta às dificuldades e necessidades deste tipo de Associações, sempre disponivel para colaborar com as mesmas, aproveitando a ocasião, igualmente, para referir algumas necessidades mais urgentes desta Associação de Bombeiros Voluntários, as quais passam pela aquisição de uma ambulância nova, assim como a mudança de instalações.
Por outro lado, agradeceu igualmente o trabalho e empenho de todos quantos participam nas actividades da Associação, quer enquanto elementos do corpo activo, quer enquanto membros dos corpos sociais, tendo dirigido uma palavra muito especial ao anterior Presidente da Direcção, Sr Leonel.
Por sua vez, a Presidente da Câmara, lembrando as responsabilidades das autarquias nesta área da protecção civil, fez questão de dizer que a Câmara está, de facto, atenta às necessidades das Corporações de Bombeiros do Concelho, lembrando o trabalho relevante que esta Associação tem desenvolvido e que, por isso, é seu dever colaborar com a mesma, designadamente na aquisição das viaturas necessárias.
Por fim teve a actuação do Rancho Folclórico da Associação Desportiva e Cultural da Granja.
Finda a actuação alegre e animada deste Rancho, foi servido um lanche para todos no próprio Quartel.

SÓCRATES E O PAPÃO DA DIREITA

A ideologia como tábua de salvação
É curioso ver nesta fase da pré-campanha eleitoral o Eng Sócrates defender o voto no Partido Socialista sob a ameaça da direita ganhar as próximas eleições legislativas.
Apelando aos votantes à esquerda do PS, designadamente, Bloquistas, Comunistas e Verdes, chama-os agora para o PS tentando-lhes incutir o receio do papão da direita!
Mas, farão os partidos à direita do PS algo menos agradável à esquerda do que tem feito o Governo PS do Eng. Sócrates?
Não têm vindo os Comunistas, Bloquistas e Verdes a dizer, numa só voz, que as politicas executadas pelo Governo Sócrates eram politicas de direita?
A ser assim, como podem ter receio das políticas do PSD ou deste partido coligado com o CDS?
Não foi durante o Governo Sócrates que o desemprego mais aumentou?
Não foi este Governo que até há poucos dias orientou toda a sua governação para o lançamento de grandes obras destinadas, essencialmente, aos grandes grupos económicos?
Não terão hoje os portugueses mais receio de nova maioria do PS do que da vitória de qualquer outro partido?
Afinal, os argumentos da competência e do rigor, tão repetidos pelo Eng. Sócrates na campanha das eleições de há quatro anos, não valem desta vez?
Não era essa a avaliação que este Primeiro Ministro sempre defendeu durante a legislatura?
Ou pretende agora fazer esquecer a necessidade da avaliação do seu desempenho ao longo destes quatro anos?
Não é este Primeiro Ministro que tem repetido continuadamente que não tem motivos para o seu governo mudar de rumo?
Certamente que estas eleições servirão para aferir da vontade dos portugueses sobre esse caminho, vontade que hão-de expressar, estou certo disso, sem qualquer receio do papão da direita ou da esquerda, mas convictos do que não querem.

domingo, 12 de julho de 2009

FIM DA DUPLICAÇÃO DE CANDIDATURAS

Deputado ou Autarca?

Aparentemente, pode até parecer não ter grande relevância, a não ser uma questão de transparência para com o eleitor comum. Contudo, creio que os efeitos são bem mais profundos.

Na verdade, o facto de se concorrer apenas a um cargo e não a dois ou três simultaneamente, reduz o leque de oportunidades dos candidatos a vir a ocupar um lugar político de destaque.

Senão veja-se: sendo-se deputado, facilmente se aceita concorrer a uma Câmara que à partida se preveja de difícil vitória.

Deixar de ser deputado, com eleição mais ou menos garantida, para concorrer a uma Câmara difícil, bem pode ser o caminho para perder o “emprego” e, consequentemente, as luzes da ribalta.

Manuela Ferreira Leite estabeleceu no PSD esse critério da não duplicação de candidaturas há já bastante tempo.

O PS, perdidas as eleições europeias, veio agora também impor essa regra em relação ás eleições legislativas, diferenciando, assim, os candidatos a deputados nacionais dos candidatos que foram a deputados europeus.

Vamos ver se será um critério para seguir até ao fim.

A verdade é que o Parlamento Nacional merece que a escolha de candidatos se faça, essencialmente, pela qualidade de quem se candidata.

Sabemos que é hoje difícil conseguir esse objectivo e continuará s sê-lo no futuro, como já o foi no passado. Mas, importante seria criar outra forma de compensar essas dificuldades de modo a fazer com que o produto essencial do trabalho do parlamento chegasse ao destinatário com mais qualidade.

Nos últimos tempos, aliás, parece até que o Parlamento se transformou numa espécie de laboratório com poucos investigadores e muitos observadores.

Mas, porque o tema é inelegibilidade dupla, autarca e deputado, bem pode acontecer que o autarca passe a ser mais autarca e o deputado melhor deputado estudando os problemas que no dia a dia cada autarca enfrenta e propondo as correcções legislativas e comportamentos do governo que favoreçam a resolução dos mesmos.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

TEMPESTADE PERFEITA ?

Foi com perplexidade que ouvi o Secretário Geral do PS, Primeiro Ministro Português, dizer aos seus deputados, no final da última sessão legislativa desta legislatura, que esta legislatura se podia classificar, como alguém noutras circunstâncias terá dito sobre outro assunto, como uma “tempestade perfeita”.

Na verdade, desconhecendo as circunstâncias em quem alguém tenha usado essa expressão para classificar uma realidade, por mais que reflicta, não consegui atingir um raciocínio capaz de justificar tal classificação.

Procurando no dicionário, associado a ideia de tempestade aparecem expressões como “violenta agitação da atmosfera”, “temporal”, “grande estrondo”, “agitação moral”, “grande perturbação”, “tumulto”….

Francisco Louça, Líder do Bloco de Esquerda, veio, entretanto, comentar esta classificação e dizer que tal expressão teria sido usada num filme, se não me engano, filme esse que terminou em completo naufrágio sem sobreviventes.

Assim sendo, continua a minha perplexidade por não saber se o Secretario Geral do PS estava a classificar o estado da economia portuguesa no fim desta legislatura, se estava a antever o naufrágio do PS nas próximas eleições ou se estava a desejar o naufrágio das oposições.

Efectivamente, bem poderia o Secretário do PS ter dito apenas que esta legislatura fora uma tempestade.

Os portugueses já se tinham apercebido disso há muito tempo.

Uma tempestade com um barco sem rumo firme, mas onde todos pretendem ainda remar contra essa mesma tempestade a fim de evitar o naufrágio.

Na verdade, sendo uma tempestade por si só algo de terrível, atribuir-lhe a classificação de perfeita, parece-me rondar um estado de espírito pouco adequado para ser usado por um Primeiro Ministro sobre a situação económica de muitos portugueses ao fim de uma legislatura do seu Governo durante a qual, num ápice, viram os seus empregos desaparecer, as suas economias sumirem-se, a sua casa à venda e os seus filhos sem capacidade para estudar.

Tempestade é empurrar as empresas para a falência sem que o Governo faça todos os esforços para ser cumpridor nos seus deveres nos moldes em que exige que as empresas sejam com o fisco.

Tempestade é empurrar milhares de portugueses para “cursos de novas oportunidades” a fim de os retirar dos registos de desemprego e no final dos mesmos nenhuma empresa dar qualquer valor a tal iniciativa.

Sendo isto uma “tempestade perfeita”, se um dia tiver oportunidade de escolha, hei-de preferir apenas um pequeno chuvisco.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

EM FUTEBOL...

O Produto do ano.

Hoje, o acontecimento mediático a nível global, é uma vez mais, a espectacularidade do dinheiro, do poder económico, capaz de transformar o genuíno num produto de propaganda, de consumo imediato a nível mundial.

Fala-se, é certo, do melhor do mundo. Contudo, após esta transacção, passar-se-á a falar mais do preço do que, eventualmente, da qualidade.
Sendo um investimento sem precedentes, pode dizer-se que só uma máquina publicitária muito bem construída o poderá suportar.
Efectivamente, há números que a razão parece não explicar.
Mas, teria este facto a cobertura mediática que teve se os valores da transacção tivessem sido inferiores?
Daí a minha dúvida: Seria a qualidade capaz de por si só proporcionar esta mobilização, ou foi o investimento que obrigou a toda esta actividade de propaganda mediática tendo em vista o seu próprio retorno o mais breve possível?
Ou, dizendo de outro modo, qual dos factores é que deveria justificar este espectáculo?
Certamente que me dirão, os dois…
Porque é bom e é português, melhor ainda. Razões de motivação como esta precisam-se e devem aproveitar-se.
As expectativas estão criadas. O desejo de continuar a vencer é enorme.
Aguardam-se, por certo, bons jogos e momentos de grande emoção.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

VERÃO - PERIODO CRÍTICO

Entramos hoje em mais um período considerado crítico em termos de risco de incêndio florestal.
Muitos são os meios técnicos e humanos que estão disponíveis para combater esse flagelo anual que teima em queimar matos e floresta.
Muitas são as teorias que, ano após ano, se vão alimentando com o “acender do rastilho” com consequências quase sempre imprevisíveis e muitas vezes verdadeiramente devastadoras.
Explicações há sempre muitas.
Os factos são também quase sempre os mesmos: Matos altos e densos, florestas por limpar e desbastar, constituídas essencialmente por árvores resinosas, elevadas temperaturas e pouca humidade.
Mas, perante estes factos, uns susceptíveis de interferência humana no curto prazo, outros não, as opiniões divergem quanto às acções preventivas a realizar, parecendo existir um desentendimento tal, como se fosse impossível conciliar os pontos de vista incidentes sobre o tema.
E, passados que são tantos anos sobre aqueles em que este assunto passou a ser, verdadeiramente, uma questão de Estado, uma questão de segurança e protecção civil, além do melhor apetrechamento de meios para o combate aos incêndios deflagrados, parece estarmos na fase do primeiro passo a dar em relação à verdadeira prevenção que é necessário fazer.
Por isso, porque creio que limpar, como muitos defendem, é necessário, mas não chega nem é essencial num período de intenso calor, diminuta humidade e algum vento, condições que normalmente ocorrem quando é mais difícil controlar um incêndio florestal, outras medidas se impõem.
De facto, se limpar fosse suficiente, porque atravessam os incêndios estradas e auto estradas?
Será possível maior limpeza que uma faixa constituída por uma estrada?
E quanta mão de obra seria necessário para manter de forma constante devidamente limpo todo o nosso espaço florestal?
Creio, é certo, que os milhões investidos no combate se fossem investidos na prevenção, isto é, limpeza, levariam, certamente, a uma grande redução do risco dos incêndios se propagarem com a amplitude que temos visto, tanto mais que os apoios sociais bem podiam estar ligados à execução de actividades de âmbito social, como é a limpeza da floresta.
Mas, não deixarei de defender que enquanto a política for de plantar e replantar pinheiro bravo e eucalipto, estará o nosso país exposto, cada vez mais ao risco de incêndio que tanto se diz querer combater.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

A INCOERÊNCIA POLITICA

A observação simples do comportamento pós eleitoral por parte dos dirigentes Socialistas e membros do Governo, designadamente do Primeiro Ministro, constata como, apesar do discurso dizer o contrário, o estilo muda e as grandes opções também.
De facto, para quem no inicio do mandato, suportado por uma maioria parlamentar, se apresentou como determinado, crispado, quando não agressivo com toda a oposição, parece mais motivo para rir, ver agora o Primeiro Ministro em tom suave, admitir alguns erros de governação, ou até excesso de estilo, procurando descartar-se do tal “animal politico feroz” inicialmente anunciado e alimentado ao longo do mandato.
Mas, será o resultado deste acto eleitoral motivo para tanto?
Será que só agora o PS e os membros do Governo ouviram o Povo?
Mas estas eleições nem garantem a votação para o Parlamento Nacional!
E não era este Governo que insistentemente dizia que não governava com base nos ciclos eleitorais?
Então porque esta tentativa esforçada de disfarce na pré campanha das eleições legislativas?
Será que os portugueses se vão deixar embalar…
Ora, se o PSD, no dizer de toda a máquina governativa e socialista até agora não tinha qualquer projecto válido para o país, porque o Governo não continua inflexível a executar o seu projecto de governação?
A verdade, é que, se fizermos uma pequena retrospectiva sobre os resultados desta governação socialista absolutista poucos são os aspectos positivos que merecessem tanta insensibilidade do Governo.
Desde o inicio que ouvimos dizer, antes do álibi da crise internacional, que o défice era a principal razão para as medidas drásticas a tomar e que a sua descida seria o ponto de honra deste Governo.
Afinal, em 2008, para que o défice ficasse abaixo dos 3% do PIB, soube-se agora, facto esse sempre escondido pelo Governo, que foi preciso recorrer a receitas extraordinárias, utilizando o mecanismo tanto criticado por este Governo e já utilizado pelo anterior Governo do PSD.
Assim, onde está a verdade e a dignidade que tanto apregoam?
Afinal, que medidas tão extraordinárias tomou este Governo para sustentarem a economia portuguesa?
Foi reduzir um mês de férias judiciais durante o qual os prazos continuam a contar para os advogados mas durante o qual muitos dos Srs Magistrados e Funcionários Judiciais, com todo o direito, continuam a gozar as suas férias?
Foi permitir a venda fora das farmácias de alguns medicamentos de venda livre?
Foi tentar entregar apressadamente “Magalhães” a preços simbólicos a todas as crianças da Escola Básica, construídos com erros de conteúdo e defeitos de fabrico e que têm servido essencialmente para praticar jogos?
E se não tivesse havido eleições europeias?
Teríamos assistido à elaboração deste disfarce?
Afinal, mesmo negando-o, parece que sempre se governa a pensar nos votos. Nos que motivaram a eleição e nos que permitem perpetuar o poder.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

SE A ABSTENÇÃO TIVESSE ROSTO ...

Resultados merecidos?

Reflectindo um pouco sobre os resultados das eleições europeias do passado Domingo, creio que há 2 0u 3 aspectos que não nos podem deixar indiferentes.
O mais evidente passa pelo completo alheamento da população porquguesa sobre um acto eleitoral que devia merecer maior atenção por parte d etodos nós.
Contudo também é verdade que os partidos e respectivos candidatos, na maior parte das vezes, usam a campanha eleitoral para o mesmo de sempre: dizer mal dos outros e nada de si próprios.
É pouco demais para atraír, na sociedade actual em que votar é um direito adquirido, pessoas que por si já estejam algo afastadas da lide politica.
Um outro aspecto prende-se com a votação nos dois maiores partidos, crendo poder dizer-se a esse respeito que foram resultados merecidos.

Isto, tendo em atenção que o PS optou por uma campanha de ataque, de confronto, usando o seu cabeça de lista, por vezes, linguagem desapropriada, sem nível, fazendo insinuações, ou mesmo acusações sobre casos concretos a ser investigados pela justiça, confundindo completamente o objectivo de uma campanha eleitoral.

Sobre propostas concretas a levar ao parlamento europeu ou à comissão europeia em favor do nosso país e dos portugueses, essas não tiveram oportunidade de ver a luz do dia pela voz do seu cabeça de lista ou de qualquer outro elemento da lista ou até do Secretário Geral do Partido.

Creio que o povo português já sabe o que quer e que não se deixa manietar tão simplesmente e apenas pelo uso de expressões de desafio por quem quer fazer ver que só do lado do adversário há telhados de vidro, confundindo o todo com a parte e mais parecendo querer com isso fazer esquecer outros assuntos de primeira página.

Por outro lado, o PSD, que contou desde o inicio com a contra informação de alguns órgãos de comunicação social, cujos comentadores jornalísticos se esmeraram por divulgar os aspectos que consideravam negativos da campanha do PSD e de Paulo Rangel, fazendo saber nas suas crónicas que este andava sozinho, que as salas eram sempre grandes para os companheiros que apareciam, que o candidato do PSD quando falava tinha que recorrer à imaginação quando dizia que estava perante boas assembleias de militantes e simpatizantes (é claro que esses cronistas não assistiram, por exemplo, à reunião de campanha de Viseu, à qual eu assisti), optou por uma campanha diferente, uma campanha de proximidade, uma campanha de esclarecimento e de apresentação de projectos concretos.

Por isso, creio que o PSD mereceu ganhar estas eleições.

Por último, talvez surpreendente, ou talvez não, o resultado do Bloco de Esquerda, ultrapassando mesmo a votação da CDU.

Creio no entanto que este crescimento do BE não será muito sustentável, designadamente em eleições legislativas, não fazendo muito sentido que, de repente muitos portugueses se identificassem com as politicas propostas pelo BE apesar de não serem nem PS nem da CDU.

Terá sido um voto de protesto que também, a meu ver, não justifica a atitude expressa quase num tom ameaçador por parte do seu líder contra os lideres dos partidos tradicionalmente do poder ao discursar na noite de eleições.
É certo que era um momento de alegria para si e para todos os seus simpatizantes e militantes, mas em eleições nem sempre se ganha, e quando se ganha não é momento para afrontar seja quem for, mas para realizar em proveito de toda a comunidade os melhores projectos que alegadamente se disse defender e pelos quais os eleitores optaram.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

ELEIÇÕES EUROPEIAS

Serão os resultados uma verdadeira surpresa?

Escrevendo nesta data, 1 de Junho, a meio do período da campanha eleitoral, com algumas sondagens publicadas dando vantagem nas intenções de voto ao PS, para mim, o resultado continuará a ser uma verdadeira surpresa.

Digo isto, não por desejar ver o PSD ganhar estas eleições, não por desejar ver o PS perder as mesmas, mas sim por alguns sinais desta campanha serem interessantes quanto aos possíveis efeitos dos mesmos.

O PSD, deliberadamente, optou por uma campanha de proximidade através de sessões de esclarecimento dos objectivos da sua candidatura junto dos seus simpatizantes mais activos ao longo de todo o país, tendo deixado de fazer comícios em algumas localidades, apesar de inicialmente ainda ter admitido essa hipótese.

O PS, também deliberadamente, assumiu querer ganhar estas eleições pondo tudo e todos a trabalhar na campanha, desde o primeiro ministro ao secretário de estado, procurando mobilizar os seus apoiantes, fazendo comícios, gritando que o PS é que é europeu.

A CDU, apontando o dedo aos deputados dos demais partidos sobre quem é que no Parlamento Europeu tem trabalhado em favor de Portugal, esclareceu que, quanto ao salário a receber, optaria por receber um valor por referência ao vencimento dos deputados da Assembleia da República e não segundo a harmonização salarial do Parlamento Europeu a introduzir e bastante mais vantajosa para os deputados portugueses.

É claro que, se é verdade que o valor dos salários dos deputados dos diversos países é diferente, o trabalho desenvolvido no Parlamento Europeu é igual e, por isso, a trabalho igual deve corresponder salário igual.

Contudo, talvez os nossos deputados, que falam em sacrifícios e solidariedade que os demais concidadãos precisam de fazer, pudessem criar um qualquer fundo em favor de um projecto nacional com a diferença salarial entre o valor de referência dos vencimentos da Assembleia da República e o valor a receber do Parlamento Europeu.

Tal atitude, demonstrativa de alguma generosidade para com os que os elegem, talvez pudesse levar mais eleitores a votar do que as promessas propagandísticas de alguns candidatos ou as boas intenções de outros.

O Bloco de Esquerda, apelando ao eleitorado de esquerda, alegando que “é preciso tirar o socialismo da gaveta, manifesta uma evolução crescente junto de diversos sectores descontentes com a governação socialista.

Mas, será pelos candidatos apresentados pelos diversos partidos que o eleitorado expressa o seu voto?
Quantos inicialmente indecisos esta campanha eleitoral terá feito mudar de opinião?

Terá esta campanha permitido aos candidatos perceber em que país vivem?

Porque o voto encerra em si cada vez mais um conjunto de diferentes motivações, bem poderá o resultado desta votação ser mais imprevisível do que qualquer sondagem o tem apresentado.