quinta-feira, 1 de outubro de 2009

LEGISLATIVAS

Um final anunciado.

Passados alguns dias sobre as eleições legislativas, após reflexão sobre o resultado de uma votação dominada pela escolha do Primeiro Ministro, parece poder dizer-se que nem a perda da maioria absoluta do PS era surpresa, nem a incapacidade do PSD em conseguir transferir para si o voto dos descontentes também era surpresa.

De facto, a manifestação do descontentamento popular, apesar de forte, cedo se deparou com a falta de uma alternativa nova capaz de, dando segurança, absorver toda a energia oriunda dessa realidade.

E, nessa medida, maior foi o desespero que muitos viveram ao querer expressar de forma útil o seu sentimento e se depararam com a oferta de um caminho alternativo já trilhado.

Numa derradeira opção, numa tentativa de fuga ao que receavam encontrar, divergiram por atalhos.

Curioso é também continuar a verificar que quem decide, seja nas opções internas de um partido, seja na governação do país, são dois ou três aglomerados populacionais.

E, apesar de desde 1995 o país ter vindo sistematicamente a ver a sua economia a evoluir negativamente face à evolução europeia, sempre com governos socialistas, excepto um período de dois anos e meio, a maior parte da população continua a votar PS.

Facto que só se pode justificar devido à forte dependência dos agentes económicos em relação ao Estado, designadamente dos agregados familiares habituados a consumir, cada vez mais, recursos provenientes de prestações sociais não dependentes de uma actividade laboral.

Um rumo que não se alterando levará rapidamente a ainda maior degradação da vida social com exigências cada vez mais fortes de prestações não salariais e o completo abandono da maior parte do país transformando as aldeias de Portugal em lugares ermos e pasto das chamas de verão.

Creio que o PSD saberá tirar uma lição destas eleições e evoluir acompanhando o sentir do povo que já foi seu.

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