Um final anunciado.
Passados alguns dias sobre as eleições legislativas, após reflexão sobre o resultado de uma votação dominada pela escolha do Primeiro Ministro, parece poder dizer-se que nem a perda da maioria absoluta do PS era surpresa, nem a incapacidade do PSD em conseguir transferir para si o voto dos descontentes também era surpresa.
De facto, a manifestação do descontentamento popular, apesar de forte, cedo se deparou com a falta de uma alternativa nova capaz de, dando segurança, absorver toda a energia oriunda dessa realidade.
E, nessa medida, maior foi o desespero que muitos viveram ao querer expressar de forma útil o seu sentimento e se depararam com a oferta de um caminho alternativo já trilhado.
Numa derradeira opção, numa tentativa de fuga ao que receavam encontrar, divergiram por atalhos.
Curioso é também continuar a verificar que quem decide, seja nas opções internas de um partido, seja na governação do país, são dois ou três aglomerados populacionais.
E, apesar de desde 1995 o país ter vindo sistematicamente a ver a sua economia a evoluir negativamente face à evolução europeia, sempre com governos socialistas, excepto um período de dois anos e meio, a maior parte da população continua a votar PS.
Facto que só se pode justificar devido à forte dependência dos agentes económicos em relação ao Estado, designadamente dos agregados familiares habituados a consumir, cada vez mais, recursos provenientes de prestações sociais não dependentes de uma actividade laboral.
Um rumo que não se alterando levará rapidamente a ainda maior degradação da vida social com exigências cada vez mais fortes de prestações não salariais e o completo abandono da maior parte do país transformando as aldeias de Portugal em lugares ermos e pasto das chamas de verão.
Creio que o PSD saberá tirar uma lição destas eleições e evoluir acompanhando o sentir do povo que já foi seu.
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