sábado, 17 de outubro de 2009

NOVA LEGISLATURA

Governo Minoritário

Empossados que estão os deputados eleitos para os próximos quatro anos, avizinha-se o momento de apresentação dos novos ministros do novo governo Sócrates.

Como é público, apesar de ter consultado todos os demais líderes partidários no intuito de obtenção de um eventual acordo de governo, nenhum aceitou participar no novo governo.
Pelo menos neste ponto todos cumpriram com a palavra que haviam dado em período de campanha eleitoral.

Contudo, mais importante do que saber quem é que vai ser ministro, é saber quais as medidas concretas que o novo Governo se propõe tomar no curto prazo a fim de mudar o rumo da economia portuguesa e, por consequência, o nível de vida dos portugueses.

Efectivamente, olhando os dados económicos e sociais que no dia a dia vão sendo publicados, parece ser impossível em Portugal produzir o que se consome, assim como criar justiça nas politicas fiscais que desde há muitos anos todos sabem ter aspectos concretos errados, injustos e mesmo imorais.

Assim, se por um lado temos um número de desempregados cada vez maior, muitos deles não declarados sequer nos centros de emprego e outros retirados por estarem a fazer algum curso de formação profissional e apesar dos milhões de euros gastos em subsídios além do de desemprego, como é o caso do Rendimento de Inserção Social, embora em muitos casos atribuído de forma fraudulenta, conforme tem vindo a ser noticiado, apontando para um gasto de 120 milhões de euros em situações dessas, tem sido também notícia o aumento diário de casos de pobreza, sendo cada vez mais os portugueses que recorrem à ajudas das instituições de solidariedade social.

Por outro lado, apesar de todos os políticos usarem o nome das pequenas e médias empresas nas suas campanhas, prometendo criar medidas que as auxiliem nesta fase difícil, na prática parece quererem deixar tudo igual, permitindo ao Estado beneficiar de situações injustas e que, forçosamente levam a que muitas empresas passem por dificuldades financeiras ainda maiores. O caso do IVA é sintomático.

De facto, imagine-se uma empresa que fornece uma mercadoria ao Estado e que este lhe prometeu pagar logo a seguir mas acaba por lhe pagar meio ano ou um ano depois do fornecimento. Acontece, então, que o Estado recebe a mercadoria, a empresa factura essa mercadoria, passado um ou três meses o Estado recebe ainda em dinheiro vinte por cento do preço dessa mesma mercadoria entregue pelo fornecedor sob o título de IVA e só vários meses depois é que paga o preço dessa mercadoria ao fornecedor!
Sem nada pagar, recebe mercadoria e parte do preço da mesma! Será aqui o Estado pessoa de bem?
E porque não se negam todos os fornecedores a fornecer nestas condições ao Estado?

E, apesar do abrandamento do consumo interno em virtude das situações financeiras familiares debilitadas, a verdade também é que cada vez se importa mais bens de consumo do estrangeiro levando o saldo da balança comercial portuguesa a ficar cada vez mais negativo.

Parece, pois, ser impossível produzir em Portugal. Não sei se por hábitos alicerçados em politicas europeias que pagam subsídios para não se trabalhar, se por outros motivos de índole social e psicológica.
É verdade que a população activa da actividade agrícola é cada vez menos e mais idosa e ao nível das industrias as empresas encerram cada vez mais.

Daí a nossa expectativa de que nos próximos quatro anos novas medidas se introduzam nestas áreas, porque, independentemente dos subsídios, sem produção não deixaremos de ser cada vez mais pobres.

Sem comentários:

Enviar um comentário