segunda-feira, 26 de outubro de 2009

EM DEMOCRACIA

No rescaldo das Autárquicas
Em Democracia, aquilo que nos ensinam é que é o povo, enquanto conjunto de eleitores, quem decide, por maioria, quais os candidatos que por um período de tempo vão governar ou assumir outras funções.

Em Castro Daire, para a Câmara Municipal, desta vez, a distribuição de votos fez com que o PS fosse o partido mais votado.

Assim decidiram os eleitores, está decidido. Democraticamente há que respeitar os vencedores, apesar dos vencidos merecerem o mesmo respeito.

Contudo, por estas ocasiões, apregoando aos quatro ventos, em jornais e tudo o que é público, há sempre alguns que, apesar de alegarem fazer parte dum partido vencido, logo se colam aos vencedores, maltratando os que trabalharam e perderam por, segundo afirmam, não lhes terem dado ouvidos uma vez que, eles, sim, eram os mais bem informados e capazes de obterem a vitória do seu partido.

Contudo, tais capacidades nunca em democracia os levaram à eleição do que quer que fosse, a não ser quando à boleia de outros que, esses, sim, genuínos e trabalhadores, deram tudo de si em prol do partido.

Tais capacidades, apesar de tudo, não os impediram de, quando da escolha do líder nacional, fazerem campanha pelo candidato que acabou por ganhar a liderança do partido e depois fazer a campanha às eleições legislativas que fez com o resultado obtido conhecido de todos nós.

Tais capacidades nãos os impediram de no último ano promoverem e provocarem a divisão interna do partido a nível local, prosseguindo sempre o único lema que lhes é conhecido - dividir para reinar, a fim de imporem a única solução para si viável: a sua própria candidatura…

Aliás, tais comportamentos deixam-nos muitas dúvidas se alguma vez esses militantes votaram nas candidaturas do partido a que dizem pertencer, a não ser nas suas próprias pessoas.

Com militantes destes, bem estão os partidos opositores.

Mas ser assim não é ser irresponsável, é ser superiormente esperto por forma a ser sempre um vencedor.

sábado, 17 de outubro de 2009

NOVA LEGISLATURA

Governo Minoritário

Empossados que estão os deputados eleitos para os próximos quatro anos, avizinha-se o momento de apresentação dos novos ministros do novo governo Sócrates.

Como é público, apesar de ter consultado todos os demais líderes partidários no intuito de obtenção de um eventual acordo de governo, nenhum aceitou participar no novo governo.
Pelo menos neste ponto todos cumpriram com a palavra que haviam dado em período de campanha eleitoral.

Contudo, mais importante do que saber quem é que vai ser ministro, é saber quais as medidas concretas que o novo Governo se propõe tomar no curto prazo a fim de mudar o rumo da economia portuguesa e, por consequência, o nível de vida dos portugueses.

Efectivamente, olhando os dados económicos e sociais que no dia a dia vão sendo publicados, parece ser impossível em Portugal produzir o que se consome, assim como criar justiça nas politicas fiscais que desde há muitos anos todos sabem ter aspectos concretos errados, injustos e mesmo imorais.

Assim, se por um lado temos um número de desempregados cada vez maior, muitos deles não declarados sequer nos centros de emprego e outros retirados por estarem a fazer algum curso de formação profissional e apesar dos milhões de euros gastos em subsídios além do de desemprego, como é o caso do Rendimento de Inserção Social, embora em muitos casos atribuído de forma fraudulenta, conforme tem vindo a ser noticiado, apontando para um gasto de 120 milhões de euros em situações dessas, tem sido também notícia o aumento diário de casos de pobreza, sendo cada vez mais os portugueses que recorrem à ajudas das instituições de solidariedade social.

Por outro lado, apesar de todos os políticos usarem o nome das pequenas e médias empresas nas suas campanhas, prometendo criar medidas que as auxiliem nesta fase difícil, na prática parece quererem deixar tudo igual, permitindo ao Estado beneficiar de situações injustas e que, forçosamente levam a que muitas empresas passem por dificuldades financeiras ainda maiores. O caso do IVA é sintomático.

De facto, imagine-se uma empresa que fornece uma mercadoria ao Estado e que este lhe prometeu pagar logo a seguir mas acaba por lhe pagar meio ano ou um ano depois do fornecimento. Acontece, então, que o Estado recebe a mercadoria, a empresa factura essa mercadoria, passado um ou três meses o Estado recebe ainda em dinheiro vinte por cento do preço dessa mesma mercadoria entregue pelo fornecedor sob o título de IVA e só vários meses depois é que paga o preço dessa mercadoria ao fornecedor!
Sem nada pagar, recebe mercadoria e parte do preço da mesma! Será aqui o Estado pessoa de bem?
E porque não se negam todos os fornecedores a fornecer nestas condições ao Estado?

E, apesar do abrandamento do consumo interno em virtude das situações financeiras familiares debilitadas, a verdade também é que cada vez se importa mais bens de consumo do estrangeiro levando o saldo da balança comercial portuguesa a ficar cada vez mais negativo.

Parece, pois, ser impossível produzir em Portugal. Não sei se por hábitos alicerçados em politicas europeias que pagam subsídios para não se trabalhar, se por outros motivos de índole social e psicológica.
É verdade que a população activa da actividade agrícola é cada vez menos e mais idosa e ao nível das industrias as empresas encerram cada vez mais.

Daí a nossa expectativa de que nos próximos quatro anos novas medidas se introduzam nestas áreas, porque, independentemente dos subsídios, sem produção não deixaremos de ser cada vez mais pobres.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

AUTÁRQUICAS 2009

PSD perde eleições autárquicas em Castro Daire

Seguindo uma tendência verificada nos últimos actos eleitorais no concelho, incluindo autárquicos, 2009 foi o ano de mudança na cor da governação no município de Castro Daire.
Uma viragem que se consolida, essencialmente, em virtude da transferência de votos em 5 freguesias levando à perda da respectiva Junta em quatro delas: Mamouros, Mões, Parada de Ester e Pinheiro. Gosende, apesar de manter a Junta PSD, perde para a Câmara igualmente grande número de votos.

Uma mudança que deixa demonstrado que o povo sabe distinguir o tipo de eleição, assim como quem quer e onde quer a governar.

Uma mudança que se dá, essencialmente, pela mudança de votos do PSD para as listas do PS, uma vez que:
O CDS, apesar de nas últimas legislativas ter tido uma votação elevada, nestas autárquicas manteve apenas o número de votos que habitualmente consegue,
O Movimento Independente aos órgãos autárquicos teve fraca adesão nas diversas freguesias, em nada surpreendendo a sua votação da freguesia de Castro Daire.
E, se atentarmos que nos últimos quatro anos não terão sido tantos os jovens que se recensearam pela primeira vez naquelas referidas freguesias, ter-se-á de concluir que foram votantes tradicionalmente do PSD que, desta vez, resolveram votar PS.

Porque é a primeira viragem de cor governativa no concelho desde há cerca de trinta anos para cá, embora não deixando de alguns protagonistas serem os mesmos, são naturalmente altas as expectativas, atendendo ao prometido e à coincidência de cor governativa entre Castro Daire e Lisboa.

Assim, porque é de investimentos que o Concelho precisa, aguarda-se pela rápida requalificação da Estrada do Vale do Paiva, assim como os novos quartéis de bombeiros, e outros investimentos elencados no programa vencedor.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

LEGISLATIVAS

Um final anunciado.

Passados alguns dias sobre as eleições legislativas, após reflexão sobre o resultado de uma votação dominada pela escolha do Primeiro Ministro, parece poder dizer-se que nem a perda da maioria absoluta do PS era surpresa, nem a incapacidade do PSD em conseguir transferir para si o voto dos descontentes também era surpresa.

De facto, a manifestação do descontentamento popular, apesar de forte, cedo se deparou com a falta de uma alternativa nova capaz de, dando segurança, absorver toda a energia oriunda dessa realidade.

E, nessa medida, maior foi o desespero que muitos viveram ao querer expressar de forma útil o seu sentimento e se depararam com a oferta de um caminho alternativo já trilhado.

Numa derradeira opção, numa tentativa de fuga ao que receavam encontrar, divergiram por atalhos.

Curioso é também continuar a verificar que quem decide, seja nas opções internas de um partido, seja na governação do país, são dois ou três aglomerados populacionais.

E, apesar de desde 1995 o país ter vindo sistematicamente a ver a sua economia a evoluir negativamente face à evolução europeia, sempre com governos socialistas, excepto um período de dois anos e meio, a maior parte da população continua a votar PS.

Facto que só se pode justificar devido à forte dependência dos agentes económicos em relação ao Estado, designadamente dos agregados familiares habituados a consumir, cada vez mais, recursos provenientes de prestações sociais não dependentes de uma actividade laboral.

Um rumo que não se alterando levará rapidamente a ainda maior degradação da vida social com exigências cada vez mais fortes de prestações não salariais e o completo abandono da maior parte do país transformando as aldeias de Portugal em lugares ermos e pasto das chamas de verão.

Creio que o PSD saberá tirar uma lição destas eleições e evoluir acompanhando o sentir do povo que já foi seu.