terça-feira, 22 de dezembro de 2009

NATAL

Independentemente do significado que queiramos atribuir a estes dias que constituem a chamada Quadra Natalícia do ano, continua a mesma a ser uma época especial para a sociedade portuguesa, assim como para a maioria das comunidades a nível mundial.

Um período de encontro de famílias, um período de reflexão sobre a vida de cada um e de todos em comum, ou simplesmente mais um período de consumo de bens muitas vezes não necessários ou até mesmo sem qualquer utilidade para o dia a dia.

Uma tradição a manter, uma regra a respeitar, ou muitas vezes algo incompreendido, que a sociedade civil preserva em virtude da cultura organizacional e religiosa que esteve na sua origem.

Contudo, as exigências da vida actual ritmada por critérios que não são os de há séculos atrás, empurram para o lado menos visível do dia a dia as razões da tradição em troca da procura de novos espaços, novos interesses, novos caminhos que permitam concretizar os objectivos de cada um.

Numa cultura cada vez mais aberta às influências externas e onde os valores sociais são muitas vezes ditados pelos ecos do poder do voto num Parlamento onde a consciência de cada um é, sempre que necessário, abafada pela disciplina de voto do grupo parlamentar num qualquer projecto ou proposta de lei, os valores tradicionais esfumam-se num instante.

Já nem será preciso, entretanto, levantar o braço, erguer-se, dar sinal de si e da sua vontade. Qualquer botão verde ou vermelho, à esquerda ou à direita, ali colocado, em frente, ao alcance de qualquer dedo, poderá ser suficiente e necessário para alterar e ditar em letra de lei que o que antes era mau passou a ser bom.

E, assim prosseguindo, em poucos instantes, havemos de ser confrontados com as novas realidades e novas verdades que, afinal, todos os séculos vividos até hoje negaram à nossa civilização!

Até onde é que o ímpeto da arrecadação do voto levará as actuais sociedades?

Feliz Natal e Bom ano de 2010, são os nossos votos.

Sem comentários:

Enviar um comentário