segunda-feira, 3 de agosto de 2009

NA NOSSA FLORESTA

O desinteresse da Autoridade Florestal Nacional pelo Carvalho

Já é habito dizer-se que não é por falta de legislação que as coisas em Portugal, por vezes, não funcionam.

Ultimamente foi aprovado em Conselho de Ministros um novo diploma designado de Código Florestal que prevê normas de conduta florestal a adoptar pelos proprietários, assim como coimas (multas) bem como a perda de terrenos para o Estado.

Presume-se que o objectivo de mais esta lei seja a defesa da nossa floresta, imputando, como sempre, as culpas dos maus aproveitamentos florestais aos seus proprietários, tudo como se o Estado tivesse estado sempre presente na hora do aparecimento dos mais diversificados problemas que tem afectado a floresta no nosso país.

Contudo, parece-nos que continuamos a seguir um mau rumo com resultados previsíveis.

A título de exemplo, veja-se o que se passa com a atenção dada à doença / praga que está a afectar o carvalho.

Com particular incidência este ano, pelo menos no distrito de Viseu, o Carvalho está a ser atacado de forma brutal por uma doença / praga que já não é nova e provocada, presumo, na falta de outra informação, por um insecto cujas pequenas larvas parece sugarem a seiva da folha verde, transformando-a em folha de cor acastanhada, seca, como se estivéssemos no período outonal, altura em que, naturalmente, a mesma devia tomar essa cor e cair.

Tentando obter alguma informação no site da Autoridade Florestal Nacional, parece que este assunto não lhe diz respeito, uma vez que na página dedicada às Pragas e Doenças apenas aparecem o “Nemátodo da Madeira de Pinheiro”, a “Processionária do Pinheiro” e o “Cancro Resinoso do Pinheiro”.

Assim sendo, parece que floresta para a Autoridade Florestal Nacional é sinónimo de pinheiro, sendo o carvalho uma árvore sem importância, que deverá ser abatida, razão pela qual esta doença não preocupa a Autoridade Florestal Nacional, não considerando esta uma questão de defesa da Floresta Portuguesa, mas tão só, eventualmente, uma questão que dirá respeito exclusivamente aos proprietários florestais.

Mas, admitindo, ainda assim, que fosse uma questão meramente particular, não deveria ser o Estado a primeira entidade a estudar e a dar informações sobre uma doença ou praga que está a afectar de forma séria uma boa parte das árvores verdes da nossa floresta?

Dir-me-ão que a madeira de carvalho não se exporta, não tem mercado, logo, não tem grupos de interesse fortes a pressionar o Governo no sentido de tomar medidas em sua defesa…

Contudo, creio que a defesa da Floresta Portuguesa não passa pela publicação de mais leis, mas sim por adopção de medidas concretas, de práticas preventivas que a hoje designada Autoridade Florestal Nacional devia promover relativamente a todas as espécies de árvores que compõem a nossa floresta, designadamente, informando os proprietários florestais do que deviam fazer para atacar doenças e pragas, assim como disponibilizando ou aplicando ela própria produtos capazes de impedir o avanço de tais doenças e pragas.

1 comentário:

  1. Já lávão uns bons anos que ao passar de castro Daire para S. Pedro do sul,eu via ali de Alva parabaixo os carvalhos com a folhagem
    aparentemente seca, e durante alguns anos não
    avançou cá para cima, este ano, na zona de Arcase e não só,as carvalhas já aprsentam a mesma
    moléstia e continua a avançar. A carvalha,ali
    por volta dos anos de 1945 a 1955, como madeira,teve um consumo muito grande, ia para
    as casa do vino do Porto em Vila Nova De Gaia
    para o fabrico de pipas, depois essa grande procura parou, contudo ainda tem grande aproveitamento como lenha qe é um óptimo combus-
    tível. É pena que os seviços florestais não se
    tenham preocupado mito com esta questão.

    Cumprimentos Albino Silva

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