sexta-feira, 10 de julho de 2009

TEMPESTADE PERFEITA ?

Foi com perplexidade que ouvi o Secretário Geral do PS, Primeiro Ministro Português, dizer aos seus deputados, no final da última sessão legislativa desta legislatura, que esta legislatura se podia classificar, como alguém noutras circunstâncias terá dito sobre outro assunto, como uma “tempestade perfeita”.

Na verdade, desconhecendo as circunstâncias em quem alguém tenha usado essa expressão para classificar uma realidade, por mais que reflicta, não consegui atingir um raciocínio capaz de justificar tal classificação.

Procurando no dicionário, associado a ideia de tempestade aparecem expressões como “violenta agitação da atmosfera”, “temporal”, “grande estrondo”, “agitação moral”, “grande perturbação”, “tumulto”….

Francisco Louça, Líder do Bloco de Esquerda, veio, entretanto, comentar esta classificação e dizer que tal expressão teria sido usada num filme, se não me engano, filme esse que terminou em completo naufrágio sem sobreviventes.

Assim sendo, continua a minha perplexidade por não saber se o Secretario Geral do PS estava a classificar o estado da economia portuguesa no fim desta legislatura, se estava a antever o naufrágio do PS nas próximas eleições ou se estava a desejar o naufrágio das oposições.

Efectivamente, bem poderia o Secretário do PS ter dito apenas que esta legislatura fora uma tempestade.

Os portugueses já se tinham apercebido disso há muito tempo.

Uma tempestade com um barco sem rumo firme, mas onde todos pretendem ainda remar contra essa mesma tempestade a fim de evitar o naufrágio.

Na verdade, sendo uma tempestade por si só algo de terrível, atribuir-lhe a classificação de perfeita, parece-me rondar um estado de espírito pouco adequado para ser usado por um Primeiro Ministro sobre a situação económica de muitos portugueses ao fim de uma legislatura do seu Governo durante a qual, num ápice, viram os seus empregos desaparecer, as suas economias sumirem-se, a sua casa à venda e os seus filhos sem capacidade para estudar.

Tempestade é empurrar as empresas para a falência sem que o Governo faça todos os esforços para ser cumpridor nos seus deveres nos moldes em que exige que as empresas sejam com o fisco.

Tempestade é empurrar milhares de portugueses para “cursos de novas oportunidades” a fim de os retirar dos registos de desemprego e no final dos mesmos nenhuma empresa dar qualquer valor a tal iniciativa.

Sendo isto uma “tempestade perfeita”, se um dia tiver oportunidade de escolha, hei-de preferir apenas um pequeno chuvisco.

1 comentário:

  1. Mas que maneira tão desengrassada aquele su-
    jeito usa para se engrandecer? Realmente, a Po-
    pulação Portuguesa tem sofrido tantas tempesta-
    des, e as tempestades, sempre se disse: que Deus nos livre delas.
    Procura ser um Marqês de Pombal, contudo,as
    suas iniciativas só tem dado 99 noves fora. pa-
    ra o costatarmos,chega ouvir a comunicação social.
    Será que temos de o suportar po muito tem-
    po?!!! Albino Silva (um apreciador)

    ResponderEliminar