segunda-feira, 4 de maio de 2009

O ÚLTIMO ARGUMENTO

Temos assistido a tudo nesta nossa vida democrática.
Desde aplausos, à indiferença, a manifestações públicas e a violência física por razões de ordem ideológica e em virtude da toma de algumas medidas politicas.

Razões que num período de vivência social normal não deveriam existir e que uma situação de crise económico-financeira não deve nem pode justificar.

Podemos discordar de todas as opções de um governo que, para o ser, obteve a maioria dos votos num acto eleitoral, excepção feita a governos de origem presidencial ou formado em virtude de factores excepcionais.

Mas não podemos transformar a vida democrática numa disputa de gangs onde a força passa a ser o factor decisivo das decisões a tomar e a medida do respeito que é dado a cada um dos que exerçam ou se candidatem ao exercício de cargos públicos.

Creio que o último episódio de agressão ocorrido durante as manifestações do 1º de Maio em Lisboa sobre candidatos do PS às eleições europeias demonstram como quem nelas participou não entendeu ainda o significado da democracia que tanto proclama e diz defender.

De facto, que distingue tal acto do regime que foi derrubado no 25 de Abril?

Como pode quem assim age e actua merecer qualquer respeito por parte dos demais?

Curiosa é, sem dúvida, para não dizer algo diferente, a atitude manifestada depois por parte dos organizadores de tais manifestações ao pretenderem justificar tal acto, negando qualquer dever de formular um pedido de desculpas.

A ser assim, que fariam se estivessem a governar o país? Aceitariam manifestações contrárias às políticas que implementassem? Aceitariam críticas às medidas concretas que tomassem?
E se a agressão fosse contra os manifestantes? Estariam os seus organizadores a pedir apuramento de responsabilidades?

Não serve este lugar para tentar explicar ou compreender as culpas ou razões que estarão na origem de tais comportamentos. Contudo, independentemente das mesmas, são tais atitudes totalmente injustificáveis, ilícitas e como tal deveriam ser punidas.

Não é assim que se mudam as politicas nem se fazem campanhas eleitorais.

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